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Economia criativa cresce acima da média e dá um olé na crise

Setores utilizam a criatividade aliada à tecnologia nos negócios e ampliam espaço no mercado   

Economia|Karla Dunder, do R7

Startups, empresas associadas à tecnologia, integram a economia criativa
Startups, empresas associadas à tecnologia, integram a economia criativa Startups, empresas associadas à tecnologia, integram a economia criativa

O brasileiro usa a criatividade para driblar a crise. A chamada economia criativa atrai cada vez mais empreendedores que, segundo especialistas, perderam o emprego e buscam uma alternativa de trabalho e, principalmente, profissionais que buscam satisfação naquilo que fazem.

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Por economia criativa estão os negócios que se originam de produtos ou serviços ligados à cultura, moda, design, música e artesanato, além de tecnologia e inovação. O Altas Econômico da Cultura Brasileira, divulgado esse ano pelo Ministério da Cultura, estima que esse setor representa 2,6% do PIB brasileiro e que teve crescimento acumulado de quase 70% nos últimos 10 anos.

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Para os próximos anos, a estimativa é de crescimento desse nicho da economia brasileira está acima da média mundial até 2021 — deve crescer 4,6%, enquanto em outros países a expectativa é 4,2%, segundo estudo da consultoria PwC. Essa pesquisa leva em conta segmentos como mídia e entretenimento, listando desde atividades tradicionais (televisão, cinema e música), até as consideradas de última geração, como os jogos eletrônicos e o grafite.

“Entendemos por economia criativa o eixo que usa a criatividade e atualmente também se associa à tecnologia para transformar um mercado ou um setor”, explica o consultor do Sebrae-SP Guilherme Arradi. Nesse sentido, participam desse mercado gigantes como Google, Facebook e Spotify.

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De acordo com Arradi, considerando as startups e empresas de tecnologia, o volume de produção já ultrapassa a construção civil. “Ao mesmo tempo é difícil falar em números porque temos uma grande quantidade de empreendedores que não estão regularizados, embora haja todo um esforço para que sejam MEI (micro empreendedor individual)”.

Fernando Lopes da MVisia
Fernando Lopes da MVisia Fernando Lopes da MVisia

O profissional ligado a esse tipo de economia tem um perfil eclético. “Costumo dizer que é um misto de artista com cientista, uma pessoa atenta aos dados, números, mas que sabe usar a criatividade no seu negócio”.

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Nessa linha surgiu a startup Mvisia, que usa inteligência artificial no setor do agronegócio. O estudante de mecatrônica da Poli-USP, Fernando Lopes, criou uma câmera que funciona como um olho humano para fazer o controle de qualidade de frutas e hortaliças.

“Participei da incubadora da USP em 2012 e criamos câmeras inteligentes com baixo custo que podem monitorar diversos tipos de processos”, explica Lopes. Hoje a startup que emprega oito funcionários, atende 14 empresas da região de Piracicaba e se prepara para alçar voos mais altos: fechou contrato com a BRF para controle de carcaças de frango.

Tradição

Setores normalmente associados à economia criativa como o artesanato, design e moda também tem usado à tecnologia a seu favor. “Comecei fazendo bolsas e peças de tecido há 13 anos, em uma época que não existia rede social”, conta a artesã Aline Tolotti. Para apresentar seus produtos, ela passou a organizar eventos em Santos, cidade onde mora.

Aline Tolotti observa crescimento do setor tradicional
Aline Tolotti observa crescimento do setor tradicional Aline Tolotti observa crescimento do setor tradicional

Hoje, o evento que começou em um bar, é realizado três vezes ao ano na AABB (Associação Atlética do Banco do Brasil) em Santos e conta com expositores de diferentes cidades e estados.

“Creio que sempre tivemos uma boa produção, mas as pessoas estavam escondidas, com as redes sociais ficou mais fácil interagir e vender”, diz Aline. “Os profissionais precisam estudar, investir tempo em aprender a usar essas ferramentas a favor de seu negócio para crescer”.

As novas máquinas também auxiliam no processo. “Eu comprei uma máquina para estampar camisetas que usa restos de pneus e plástico para esse processo. A tecnologia auxilia a produção em escala maior, mas de um jeito sustentável”.

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Para a jornalista e gestora de comunicação, inovação e criatividade Liane Varsano na crise artistas e profissionais precisam se reinventar. “Muitas pessoas estão em busca do próprio negócio, mas é um mercado que se faz de forma colaborativa e a questão da sustentabilidade é muito forte”.

Na percepção de Aline, o consumidor está mais atento à sustentabilidade, o que é uma vantagem para os empreendedores criativos. “Eu compro tecido por quilo do banco de tecidos, que recolhe o que a indústria não usou, mas estão impecáveis, para fazer os meus produtos, que tem a vantagem de serem exclusivos”.

Oportunidade

Para Arradi, consultor do Sebrae, a economia criativa deve crescer ainda mais. “Ainda tem muito espaço para empreender e explorar o setor em escala”, diz. “A tecnologia à serviço da educação, da saúde e a integração com a indústria devem crescer muito nos próximos anos.”

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