Expectativa de inflação cai pela 5ª semana seguida e analistas veem dólar a R$ 5 ao final deste ano
Integrantes do mercado financeiro preveem deflação em junho e reduzem projeções de alta dos preços para os próximos três anos
Economia|Do R7
Os analistas consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) elevaram, pela quinta semana consecutiva, suas projeções para de alta dos preços da economia brasileira, segundo dados revelados nesta segunda-feira (15).
Com a atualização, a previsão atual feita com base em estimativas é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre o ano em 5,12%, ante alta prevista de 5,42%. Há quatro semanas, a estimativa era de alta na casa dos 5,8%.
Mesmo com a expectativa menor, a análise indica que a inflação oficial será, pelo terceiro ano seguido, maior do que o teto da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
O último RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do BC prevê alta de 5,8% do IPCA neste ano. De acordo com o documento, a probabilidade de a alta furar o teto da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional) passou de 57% para 83%.
Para este mês de junho, a previsão é de que o IPCA apresente uma deflação de 0,04%. Já em julho e agosto, os analistas preveem aumentos de, respectivamente, 0,3% e 0,22% do índice oficial de preços, expectativas abaixo das apresentadas na semana passada.
Olhando para os próximos três anos, as expectativas para o índice oficial de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) recuaram em todos eles e passaram a ser de, respectivamente, 4%, 3,8% e 3,8%.
Dólar
Junto com as expectativas para a inflação surge também a projeção de que o dólar encerrará 2023 no patamar de R$ 5. Na última sexta-feira (16), a moeda norte-americana era negociada por R$ 4,82.
O movimento de apreciação da moeda brasileira vem em linha com a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's, que revisou a perspectiva do nível global de confiança para o Brasil de estável para positiva.
O comunicado, que ainda não corresponde a uma elevação da nota de crédito do país, mantém osratings de crédito soberano do Brasil em 'BB-/B". A nova perspectiva, no entanto, devolve a classificação positiva para o país pela primeira vez desde 2019.