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FMI reduz projeção de crescimento brasileiro em 2018 para 1,8%

Incertezas políticas e greve foram alguns dos argumentos utilizados pelo Fundo Monetário Internacional para a revisão

Economia|Do R7

As incertezas políticas e os prolongados efeitos da greve dos caminhoneiros levaram o FMI (Fundo Monetário Internacional Internacional) a reduzir com força a projeção de crescimento do Brasil em 2018, deixando a perspectiva para o país bem aquém da expectativa esperada para os mercados emergentes.

O FMI cortou em 0,5 ponto percentual sua estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2018, a 1,8%, de acordo com a atualização de seu relatório "Perspectiva Econômica Mundial" publicada nesta segunda-feira. Para 2019, o FMI manteve a projeção feita em abril, de expansão de 2,5%.

"Embora preços mais altos de commodities continuem a dar suporte a exportadores de commodities na região, o cenário fraco comparado com a abril reflete mais perspectivas difíceis para economias importantes", apontou o FMI, citando especificamente para o Brasil a greve e a incerteza política.

A revisão para baixo promovida pelo FMI acompanha reduções feitas pelo próprio governo, Banco Central e economistas em geral, mas ainda é melhor do que o cenário visto dentro do país.


O Ministério da Fazenda chegou a falar em crescimento de 3% neste ano, mas agora calcula expansão de 1,6%, mesmo cenário do BC.

Pesquisa Focus com especialistas aponta expectativa de expansão do PIB em 2018 de 1,5%, projeção que vem sendo reduzida constantemente ainda em meio às incertezas que rondam o país poucos meses antes da eleição presidencial de outubro.


O impacto da paralisação dos caminhoneiros no final de maio ficou claro no resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), espécie de sinalizador do PIB, que em maio registrou a pior leitura mensal na série histórica iniciada em 2003 ao recuar 3,34%.

Com isso, o Brasil fica bem atrás se comparado com as expectativas para as economias emergentes e em desenvolvimento como um todo. O FMI calcula crescimento de 4,9% este ano para o grupo e de 5,1% em 2019, inalterado ante o relatório de abril.


Para a América Latina e o Caribe, entretanto, as contas foram reduzidas a expansão de 1,6% este ano e 2,6% no próximo, contra respectivamente 2% e 2,8%.

"O crescimento está se tornando mais desigual entre economias emergentes e em desenvolvimento, refletindo as influências combinadas de alta dos preços do petróleo, rendimentos mais altos nos Estados Unidos, mudanças de sentimento após a intensificação das tensões comerciais e incertezas políticas domésticas", explicou o FMI.

O FMI destacou que muitos desses países precisam melhorar a resiliência através de uma combinação de políticas fiscal, monetária e cambial para reduzir a vulnerabilidade ao aperto das condições financeiras globais e fortes movimentos cambiais, além das reversões dos fluxos cambiais.

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