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Golpistas passam a usar inteligência artificial; saiba se proteger

Segundo especialista, cuidado precisa ser redobrado quando um parente pede dinheiro emprestado, por exemplo

Economia|Do R7

Não apenas empregos estão ameaçados pela IA
Não apenas empregos estão ameaçados pela IA

O avanço da tecnologia sempre traz benefícios e prejuízos. Foi assim ao longo de toda a história. Com a IA (inteligência artificial), não seria diferente.

Apesar de facilitar a vida dos programadores, por exemplo, a ferramenta está sendo utilizada para aplicar golpes.

“A IA é a mais nova ferramenta dos criminosos para fazer vítimas, principalmente em fraudes financeiras e, certamente, também é uma das formas mais sofisticadas de aplicar golpes. Os criminosos estão acompanhando os avanços na tecnologia e aprimorando técnicas, que se tornam cada vez mais complexas”, explica Henrique Schneider, presidente-executivo da Netfive, empresa especializada em segurança da informação.

Como os criminosos usam a IA

Um dos principais golpes aplicados com a ajuda da inteligência artificial é a manipulação ou simulação da voz. Há programas capazes de “clonar” uma voz, tendo como base um áudio de poucos segundos.


Assim, criminosos conseguem imitar desde o tom de fala até pausas e a respiração da vítima e tornam pedidos de dinheiro muito mais convincentes ao enviar áudios a amigos e familiares ou efetuar ligações que enganam até as pessoas mais próximas devido à semelhança com a voz real.

Outro tipo de fraude que utiliza a inteligência artificial é a técnica da deepfake, que substitui rostos e cria, assim, imagens e vídeos falsos. A IA consegue colocar um rosto no lugar de outro e simular falas e movimentos corporais, o que torna os vídeos bem realistas.


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Essa técnica pode ser usada para fraudar sistemas de biometria facial, por exemplo, frequentemente utilizada como etapa de segurança para o acesso a contas bancárias ou aplicativos e sites que exigem o reconhecimento facial.

Além disso, a criação de fotos e vídeos falsos por meio da deepfake também pode facilitar golpes como o do falso sequestro, na medida em que criminosos conseguiriam gerar imagens para manipular familiares e induzi-los a fazer transferências bancárias ou passar dados como forma de pagar pelo resgate de um parente.


Saiba como se proteger

Para o executivo, os avanços da tecnologia exigem que se tenha um cuidado cada vez maior com os dados.

“Atualmente, os criminosos não estão empenhados em roubar apenas nossas senhas e nosso dinheiro, mas também nossa imagem e até nossa voz. Por isso, redobre os cuidados ao postar algo nas suas redes sociais, principalmente se seu perfil for público, porque, assim, suas informações ficam muito mais expostas e podem ser acessadas por qualquer pessoa”, alerta Schneider.

Além disso, ele recomenda muita atenção e certa dose de desconfiança ao receber mensagens de familiares e amigos em que pedem dinheiro. Nesses casos, tente contatar diretamente a pessoa. Se for pessoalmente, melhor.

Também é possível combinar previamente uma palavra de segurança entre os familiares ou amigos, para ser usada como forma de confirmar a identidade da pessoa.

Desconfie também de mensagens (SMS ou no WhatsApp) e emails com links, principalmente de remetentes que sejam diferentes dos canais oficiais das empresas. Procure sempre contatá-los por esses canais e, se possível, resolva pendências presencialmente, sobretudo as que envolverem questões financeiras.

Ainda, não forneça dados como CPF e número do cartão nem faça transferências para desconhecidos.

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