Governo anuncia indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central
Antes de ser oficializado, Galípolo terá de passar por sabatina no Senado que ainda não tem data definida
Economia|Giovana Cardoso e Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (28) a indicação do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, para a para a sucessão de Roberto Campos Neto na presidência da instituição.
Galípolo vem atuando na direção de Política Monetária do BC, depois de ocupar o cargo de número 2 do Ministério da Fazenda. Ele trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no Banco Fator. Também já chefiou as secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo.
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“A indicação ainda depende da aprovação do Senado. Então, por respeito vou ser breve, mas dizer que na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inacio Lula da Silva,” disse Galípolo em comunicado à imprensa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou que a partir de agora o governo vai avaliar os três nomes que vão para a diretoria até o fim do ano. “Oportunamente devemos tomar decisão junto ao presidente [Lula] de indicar os outros três diretores. Sabatina é atribuição do Senado, o presidente chegou a discutir com Pacheco [presidente do Senado], isso cabe ao Senado marcar e decidir. A casa tem seu ritmo, afazeres vai julgar o melhor momento da sabatina.
A avaliação dos nomes apresentados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é feita pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Além do comandante da instituição, o presidente precisa apontar dois diretores para assumir as áreas de regulamentação e administração do banco. Os mandatos dos atuais ocupantes dos cargos.
Na última quinta-feira (22) ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as sabatinas dos indicados ao Banco Central podem ser feitas pelo Senado durante o “recesso branco”. O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, termina em 31 de dezembro deste ano. Lula critica com frequência a atuação de Campos Neto na condução do banco.
Críticas de Lula a Campos Neto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em dois dígitos. Atualmente, o índice está em 10,50% ao ano. De acordo com Lula, o chefe do BC não demonstra “autonomia”, tem “lado político” e trabalha para “prejudicar” o país.
Em junho, Lula classificou a posição do Banco Central em relação à Selic como “desajustada”. “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante: o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, afirmou Lula.