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Guerra tarifária aberta contra os Estados Unidos seria arriscada, avaliam especialistas

Tarifas de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA começa a valer em 1º de agosto

Economia|Do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Começo da aplicação de tarifas de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA em 1º de agosto.
  • Especialistas recomendam diálogo e diplomacia para evitar escalada do conflito.
  • Retaliações devem ser feitas com cautela, pois Brasil depende mais dos EUA em termos de exportações de alto valor agregado.
  • Consequências de uma guerra tarifária incluem danos ao setor agrícola e industrial, além de instabilidade no mercado.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Especialistas defendem que diálogo e diplomacia são essenciais para a resolução do tarifaço Diego Baravelli/Minfra - Arquivo

A oito dias do início da aplicação de tarifas de 50% a produtos brasileiros exportados aos EUA (Estados Unidos da América) e com reflexos sendo sentidos, especialistas defendem que o diálogo e o uso da diplomacia são essenciais para a resolução do conflito.

Para o economista Fabio Ongaro, o país não pode entrar na disputa ideológica e pessoal.


“O Brasil precisa adotar uma postura de firmeza pragmática: mostrar que tem canais diplomáticos ativos e capacidade de negociação, mas sem escalar retoricamente o conflito”, afirma.

O especialista afirma que Trump usa tarifas como “parte de sua narrativa política doméstica” e que apresenta baixa disposição de negociação, mas já recuou em ocasiões em que percebeu danos colaterais à indústria.


A economista Carla Beni, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), destacou que o Brasil é internacionalmente reconhecido pela postura aberta ao diálogo.

“Essa é a primeira questão. Mesmo quando falamos da Lei da Reciprocidade, o primeiro patamar da lei é o diálogo. O segundo é acionar os organismos internacionais, e só o terceiro é definir, com o comitê, quais seriam as medidas comerciais — e aí, sim, as retaliações a serem aplicadas”, pontuou


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Para o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, Alfredo Cotait Neto, caso não haja um entendimento entre as nações, bater de frente com os EUA “seria um desastre total”.

Já Ongaro afirma que retaliações são possíveis, mas devem ser feitas “com muito cuidado” e devem ser proporcionais, segundo as regras da OMC.


“Porém, uma guerra tarifária aberta seria arriscada, pois Brasil depende muito mais dos EUA do que o contrário em termos de exportações de alto valor agregado. Poderia gerar efeitos colaterais no setor agrícola e industrial; mandaria um sinal de instabilidade ao mercado”, detalha.

Com possibilidade de retaliação, o especialista elenca o reforço de tarifas contra produtos americanos estratégicos — como etanol, peças automotivas ou pesticidas.

Também indica a busca de alianças comerciais alternativas, além de usar a mídia internacional para apontar a desproporcionalidade das tarifas e isolar politicamente os EUA.

O mestre em finanças pela Universidade de Sorbonne Hulisses Dias analisa que qualquer sinal de insegurança jurídica ou restrição a empresas americanas pode reduzir o apetite de investidores estrangeiros, afetar a confiança do mercado e pressionar o câmbio.

Para ele, é desaconselhável que o governo aplique tarifas recíprocas, pois isso teria impacto altíssimo em diversos setores e prejuízo direto no crescimento econômico e na inflação.

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