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Ibovespa tem 5ª alta seguida, e dólar cai a R$ 5,20, com resposta a ataques em Brasília

O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 1,51%, a 110.782,15 pontos, enquanto a moeda americana caiu 1,09%

Economia|Do R7

A moeda americana à vista fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,2019
A moeda americana à vista fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,2019

O dólar teve uma forte queda frente ao real nesta terça-feira (10), com a moeda brasileira se beneficiando de fluxos para a bolsa local e de uma reação forte das instituições brasileiras aos ataques em Brasília, num movimento amparado ainda pelo clima benigno no exterior.

O Ibovespa fechou no azul pelo quinto pregão consecutivo nesta terça-feira, em meio a um ambiente favorável a ativos de risco, com avanço em Wall Street e alta de commodities, além de alívio na curva de juros do Brasil e níveis de preços considerados atrativos por investidores.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,51%, fechando a 110.782,15 pontos, de acordo com dados preliminares, após ter chegado a cair a 108.478,19 pontos. No melhor momento, bateu 111.193,43 pontos. O volume financeiro somava R$ 21,3 bilhões.

Investidores continuam a monitorar os desdobramentos dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, mas a visão de consenso político que condena os atos e de determinação das autoridades para controlar rapidamente a situação, assim como a ausência de reflexos econômicos, blindava as ações na B3.


A moeda americana à vista fechou em queda de 1,09%, a R$ 5,2019, menor patamar para encerramento desde 23 de dezembro passado (R$ 5,1655).

Helder Wakabayashi, analista da Toro Investimentos, disse que o real parece ter se beneficiado de um movimento simultâneo de fechamento da curva de juros e de bom fluxo de recursos para as ações brasileiras, com o Ibovespa em alta de 1,6% nesta tarde.


Investidores também citaram a manutenção do sentimento de alívio nos mercados diante das veementes oposições de instituições democráticas brasileiras aos eventos do fim de semana na capital federal.

Depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram, no domingo (8), o Palácio do Planalto e os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram o decreto que estabelece a intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal.


Além disso, na noite de segunda-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, governadores e ministros do STF caminharam juntos do Palácio do Planalto até a sede do Supremo para vistoriar os estragos, num gesto que simbolizou a união na defesa da democracia, enquanto as autoridades ampliaram as prisões de acusados pelos ataques.

"Teve aquele estresse, o mercado estava esperando para ver como os Três Poderes reagiriam, como a sociedade reagiria, e todos agiram corretamente. O mercado está se desfazendo do risco que foi inicialmente precificado", avaliou Wakabayashi.

A agência de classificação de risco Moody's disse nesta terça-feira que não espera que o perfil de crédito dos emissores brasileiros, inclusive o soberano, seja significativamente afetado pelos eventos recentes em Brasília e citou a percepção de força institucional e estabilidade econômica.

Para além de fatores domésticos, alguns participantes do mercado apontaram o comportamento do mercado global como um suporte adicional para o real, em meio à oscilação tímida do índice do dólar contra uma cesta de pares fortes e o avanço dos principais índices de Wall Street.

Jerome Powell, chair do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), não deu grandes pistas sobre os próximos passos de política monetária da instituição em comentários feitos nesta terça-feira, mas disse que a independência do Fed da influência política é fundamental para sua capacidade de combater a inflação.

"Ele [Powell] era bastante aguardado na manhã desta terça-feira, mas não trouxe grandes novidades em termos de política econômica", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

"Powell não mencionou detalhes a respeito da estratégia da trajetória para a taxa de juros nos EUA e, com isso, favorece o ambiente de apetite por risco, por moedas de países emergentes, ações, commodities, e contribui para o fortalecimento do real."

Alguns investidores temiam que Powell pudesse oferecer em seu discurso desta terça-feira uma visão mais agressiva para o patamar final dos juros nos EUA do que o atualmente previsto pelos mercados.

O Fed elevou sua taxa básica em 4,25 pontos percentuais no ano passado, no ciclo de aperto mais agressivo em décadas, mas recentemente diminuiu a magnitude de seus ajustes na política monetária para alta de juro de 0,5 ponto percentual, contra incrementos anteriores de 0,75 ponto.

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