Metade dos brasileiros tem a maior parte do orçamento comprometida com contas de água, luz e gás
Pagamento mensal das despesas essenciais chega a representar até R$ 750 para 82% dos brasileiros endividados, mostra Serasa
Economia|Do R7
As contas de água, luz e gás, essenciais no dia a dia das famílias, comprometem a maior parte do orçamento mensal de 53% dos brasileiros, segundo estudo produzido pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box.
Conforme o levantamento, as contas básicas chegam a representar até R$ 750 das despesas de 82% dos brasileiros endividados. O valor corresponde a quase a metade do salário mínimo atual, de R$ 1.320. Outros 8% destinam entre R$ 750 e R$ 1.050 a essas contas, e 6% comprometem de R$ 1.050 a R$ 2.050 com os serviços essenciais.
O estudo mostra ainda que um de cada quatro brasileiros (26%) diz acompanhar o andamento das contas, mas reconhece que as contas de água, luz e gás representam um menor percentual do orçamento mensal.
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A pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro 2023” revela também que 83% dos consumidores admitem que já atrasaram o pagamento de outras contas para priorizar a quitação das despesas essenciais.
Há ainda aqueles que pediram dinheiro emprestado a amigos e familiares (61%), fizeram empréstimo (49%) para cumprir os compromissos. Para 45%, o atraso no pagamento dos boletos já resultou no corte dos serviços.
Com a dificuldade para arcar com as contas básicas, os atrasos longos no pagamento de dívidas também são comuns entre boa parte dos brasileiros, e 74% dos devedores das contas básicas afirmam ter uma pendência atrasada há pelo menos um ano.
Desemprego
Segundo o estudo da Serasa, o desemprego ainda é o principal motivo de endividamento entre os consumidores. A liderança foi mantida mesmo com a queda de 7 pontos percentuais da taxa, de 29% para 22%.
Trata-se do quarto ano consecutivo de baixa na avaliação. Na comparação com 2018, quando 47% dos consumidores citavam a falta de trabalho como o principal entrave para o pagamento das dívidas, a taxa atual é 25 pontos percentuais menor.
Por outro lado, cresceu em 8 pontos percentuais, de 12% para 20%, o volume de inadimplentes que atribuem o endividamento a uma redução da renda. A falta de controle financeiro (12%), os gastos com saúde (8%) e o empréstimo do nome (17%) também são citados como entraves.