Mulheres têm mais anos de estudo que homens, diz Censo 2022
Média é de 9,6 anos de estudo, mas entre as mulheres o número sobe para 9,8 anos, enquanto entre os homens cai para 9,3 anos
Economia|Do R7
O Censo da Educação de 2022, divulgado nesta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou que mulheres têm, em média, mais anos de estudo do que homens a partir dos 25 anos. A média nacional é de 9,6 anos de estudo nesta faixa etária, mas entre as mulheres o número sobe para 9,8 anos, enquanto entre os homens cai para 9,3 anos. A diferença é mais acentuada até os 49 anos e diminui nas faixas etárias mais velhas. “Combinando a desagregação por grupos de idade com a desagregação por sexo, nota-se que a diferença da média de anos de estudos em favor das mulheres é mais ampla entre a população de até 49 anos, declinando nas faixas etárias mais velhas”, diz o estudo.
Diferenças regionais
A média nacional varia conforme a região. No Sudeste, a média é de 10,2 anos, enquanto no Nordeste cai para 8,3 anos. Os extremos do país mostram contrastes ainda maiores: no Distrito Federal, a população tem, em média, 11,8 anos de estudo, enquanto no Piauí o índice é de 7,9 anos. Em 40 municípios — 30 deles no Nordeste — a média de anos de estudo entre pessoas com 25 anos ou mais em 2022 foi inferior a 5 anos.
Escolaridade por faixa etária
A escolaridade média está diretamente ligada à faixa etária. O maior nível de estudo é observado entre pessoas de 25 a 29 anos, com 11,8 anos de estudo. Já entre aqueles com 80 anos ou mais, a média cai para 4,9 anos, refletindo a expansão da educação no Brasil ao longo do último século.
Diferença por raça
Ao analisar a escolaridade por cor ou raça, a pesquisa mostrou que a população de cor amarela tem a maior média de anos de estudo (12,2 anos), seguida pela população branca (10,5 anos), parda (8,8 anos), preta (8,7 anos) e indígena (7,4 anos). Essa disparidade se mantém em todas as regiões do país, estados e municípios mais populosos.
Fundamental incompleto
Dados da mesma pesquisa mostram que, em 3.008 municípios brasileiros, mais da metade da população de 25 anos ou mais não tinha o ensino fundamental completo, ou qualquer instrução. A situação foi observada na maioria das cidades brasileiras. Por outro lado, em 75 municípios, mais de um quarto da população desta faixa etária tinha ensino superior completo.
Mais de 1,7 milhão de crianças não estavam na escola
O Censo também revela que mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos não estavam frequentando a escola no ano analisado. Apesar de 98,3% das crianças de 6 a 14 anos estarem matriculadas e frequentando as aulas, ainda havia 431.594 crianças fora da escola. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, a taxa de frequência foi de 85,3%, deixando 1.271.678 jovens sem acesso ao ambiente escolar.