Polishop entra com pedido de recuperação judicial, após fechar mais de cem lojas
Segundo a assessoria de imprensa, a empresa só vai se pronunciar quando o pedido for homologado
Economia|Da Agência Estado
A Polishop entrou com pedido de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O processo, de tramitação prioritária, está a cargo do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, que ainda analisa o pedido.
A Polishop foi procurada por intermédio de sua assessoria de imprensa, e respondeu que “a empresa só vai se pronunciar quando o pedido for homologado”.
O escritório dos advogados Roberto Gomes Notari e Marco Antonio Pozzebon Tacco, que representam a Polishop no processo, foi procurado pela reportagem e respondeu que não comenta casos em andamento.
Em abril deste ano, o presidente e fundador da Polishop, João Appolinário, afirmou que a companhia buscava uma reestruturação extrajudicial junto a seus credores. Em um pedido à Justiça feito à época, ele disse que o endividamento bancário da empresa havia diminuído de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024.
Segundo a movimentação do processo no site do TJ-SP, na última segunda-feira (13), foi feita uma petição para que o perito se manifestasse no processo. Esse especialista irá verificar todos os documentos do processo, tais como informações sobre dívidas, credores e outros, e fazer um relatório ao juiz, para que este possa dar a sua sentença.
A Polishop recorreu à Justiça inicialmente em abril deste ano pleiteando uma tutela antecipada – uma espécie de decisão temporária até que o mérito da ação seja julgado – para suspender as execuções de dívidas da empresa.
À época, Appolinário informou que os fatores que levaram a empresa às dívidas envolvem os efeitos da pandemia, o aumento do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) e a crise do crédito motivada pelo caso Americanas.
O juiz determinou a suspensão de execuções que estavam em trâmite contra a Polimport Comério e Exportação Ltda. (a razão social da Polishop), bem como ações de despejo. A decisão também impediu que plataformas de marketing e tecnologia (Google, Meta, entre outros), suspendessem os serviços por créditos anteriores à data do pedido, e que o serviço deveria ser restabelecido em até 24 horas. Após essa decisão, várias empresas tiveram seus pedidos de habilitação de crédito (prova de que a empresa em recuperação judicial deve) juntados ao processo para “entrar na fila de pagamentos”.
A Polishop já fechou mais de 100 lojas em shoppings e é alvo de mais de 50 ações de despejo.