Economia Procura por ventilador e ar-condicionado dispara e já impacta preço

Procura por ventilador e ar-condicionado dispara e já impacta preço

O ritmo da demanda está tão acelerado que os estoques estão baixando rapidamente, tanto nas lojas como na indústria

Agência Estado
Consumidoras pesquisam preço de ventilador

Consumidoras pesquisam preço de ventilador

PEDRO AMATUZZI/ESTADÃO CONTEÚDO-05/02/2015

O intenso calor dos últimos dias fez disparar a procura por aparelhos de ar condicionado e ventiladores no varejo. Fabricantes já tinham ampliado a produção de itens de ventilação devido às previsões meteorológicas, que apontavam o aumento das temperaturas no Centro-Sul do país, em razão do El Niño.

Mas o ritmo da demanda está tão acelerado que os estoques estão baixando rapidamente, tanto nas lojas como na indústria. Isso faz acender o sinal de alerta de como será o abastecimento nos próximos meses se o calor continuar.

A Mondial, líder em ventiladores, por exemplo, aumentou neste ano em 56% a produção em relação a 2022 e dobrou-a na comparação com 2016. Mesmo assim, o que a empresa fabrica de ventiladores diariamente na unidade de Conceição de Jacuípe, na Bahia, é faturado e imediatamente segue para o varejo.

“Estamos atendendo ao varejo, mas os nossos estoques estão bem curtos, e os do varejo também”, diz o fundador e CEO da empresa, Giovanni Marins Cardoso. As compras de ventiladores pelo varejo normalmente são planejadas. "O que ocorre hoje é que as lojas estão pedindo para antecipar as entregas, diante da maior demanda", acrescenta.

Dados da Eletros, associação que reúne a indústria de eletrônicos, mostram que, no primeiro semestre deste ano, a produção de aparelhos de ar condicionado cresceu 16% em número de unidades; em relação a ventiladores de mesa, a alta foi de 34%; e, a ventiladores de coluna, 18%, na comparação com igual período de 2022.

O aumento da procura por itens de ventilação aparece em vários levantamentos. A busca pelo termo “ar condicionado” no Google atingiu o pico ontem (13/11), às 22h. Nesse horário, houve um aumento de 615% na busca por ar-condicionado no site em relação à média dos dias úteis da semana passada, aponta o economista da LCA Consultores Bruno Imaizumi, que analisou os dados do Google.

Apesar do aumento expressivo na procura, o levantamento vai até o dia 11 de novembro (sábado). Portanto, pega apenas um dia da forte onda de calor que atingiu o país nos últimos dias. Provavelmente, as buscas devem crescer, quando forem incluídos o domingo (12) e a segunda-feira (13). A capital paulista registrou 37,1ºC no último domingo — alguns termômetros chegaram a marcar 41ºC — e deve continuar nesse patamar nos próximos dias, com média de 36ºC.

No marketplace Mercado Livre, a procura por aparelhos de ar condicionado e ventiladores em novembro cresceu mais de 200% em comparação com o mesmo mês do ano passado, informa a empresa, sem revelar as vendas nem os dias da pesquisa.

Impacto em preços

A aceleração da demanda já teve impacto nos preços. No caso do ar-condicionado, o valor médio aumentou 6,15% entre 5 e 11 de novembro em relação à semana imediatamente anterior, aponta o Buscapé. No valor dos climatizadores, a alta foi de 19,38% na mesma base de comparação. Já ventiladores e circuladores de ar ficaram 7,83% mais baratos no período.

No IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de outubro, a medida oficial de inflação, o preço do aparelho de ar condicionado subiu 6,09%. Foi a segunda maior alta entre os itens não alimentícios apurada pelo índice do IBGE, atrás apenas do aumento de 23,7% registrado pelas passagens aéreas. A inflação geral de outubro foi de 0,24%.

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