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Trégua comercial entre EUA e China é boa para o Brasil? Especialista responde

Após encontro entre Trump e Xi Jinping, países anunciaram redução das tarifas

Economia|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Após encontro entre os líderes dos EUA e China, foi anunciada a redução de 10% nas tarifas sobre produtos chineses.
  • O acordo inclui temas como terras raras, combate ao tráfico de fentanil e compra de soja americana pela China.
  • A redução das tarifas pode impactar as negociações de soja entre Brasil e China, já que os EUA são concorrentes do Brasil nesse setor.
  • O novo padrão de negociações entre China e EUA será caracterizado por períodos de tensão e distensionamento, afetando ramificações globais.

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Após encontro com o líder chinês Xi Jinping, o presidente americano anunciou a redução nas tarifas sobre produtos do país asiático para 47%. Dentre os termos negociados entre os presidentes dos dois países para a redução das alíquotas estão as terras raras, o combate ao tráfico de fentanil e a retomada da compra de soja americana por parte de Pequim.

Para Igor Lucena, doutor em relações internacionais e economista, a trégua entre as duas maiores potências econômicas do mundo será positiva à economia brasileira a longo prazo.


“Quando você tem um conflito entre Estados Unidos e China, a gente pode até ter ganhos temporários, como o aumento de exportação de soja e outros produtos agrícolas que a gente estaria substituindo nos Estados Unidos. Mas no longo prazo não é. Isso porque a economia dos dois é muito simbiótica. Os Estados Unidos são grandes consumidores de produtos chineses, e a China consome muitos produtos do Brasil, principalmente matérias-primas. Isso significa que um conflito de longo prazo entre Estados Unidos e China tem o potencial de diminuir o crescimento econômico dos dois países e, obviamente, o Brasil termina exportando menos [...] Então não é do nosso interesse um conflito entre esses dois países”, argumenta.

Acordo entre líderes mundiais acaba afetando o Brasil, principalmente no setor da soja Reprodução/ Record News

Em entrevista ao Jornal da Record News desta quinta-feira (30), Lucena pondera, porém, que o acordo pode trazer ao Brasil impactos imediatos negativos no que diz respeito ao mercado da soja. Ele lembra que os Estados Unidos são concorrentes do Brasil no setor.


Apesar de perder espaço no setor da soja, o economista cita que as negociações entre Washington e Pequim podem ser uma oportunidade para Brasília buscar novos meios de negociação e explorar as parcerias com ambos os países, principalmente em momentos que a situação esteja distensionada. No entanto, ele pontua que o país pode continuar sofrendo com os conflitos comerciais entre Trump e Xi Jinping, tratando essas ações tarifárias como o novo padrão de negociação.

“Está muito nítido que esse acordo provavelmente vai ser algo em torno de 12 meses, e sempre que tiver uma tensão sobre algum item muito específico, ou a China, ou os Estados Unidos vão tensionar. Então o nosso novo normal internacional vai ser uma relação de tensão e distensionamento entre China e Estados Unidos”, comenta.


Mesmo com um cenário mais positivo após o acordo anunciado nesta semana, Lucena aposta que uma resolução para as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros não apareça tão brevemente. Ao mencionar outros casos, como Japão e Austrália, ele destaca que as negociações perduraram por meses até uma definição, assim como deve acontecer com o Brasil.

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