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Vale diz que detonou explosivos após rompimento de barragem no dia da tragédia

Economia|Do R7

SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale realizou duas detonações de explosivos após o rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro em Brumadinho (MG), com o objetivo de eliminar qualquer risco de explosão no complexo minerário do Córrego do Feijão, informou a empresa em nota nesta terça-feira.

As detonações ocorreram no mesmo dia da tragédia, disse a mineradora. Mas a Vale esclareceu que não houve explosão antes do rompimento da barragem B1, que há exatos cinco meses deixou 246 pessoas mortas, além de 24 ainda desaparecidas.

A declaração foi dada após a companhia ter sido questionada pela Reuters sobre uma reportagem da Agência Brasil, que divulgou depoimentos de dois trabalhadores que revelaram explosões no dia da tragédia.

Segundo a Vale, "após a ruptura, por medida de segurança, foram realizadas duas detonações que já estavam programadas para ocorrer, em distância e com cargas seguras".


"As detonações foram mantidas com o objetivo de eliminar qualquer risco vinculado à presença de furos carregados de explosivos no complexo do Córrego do Feijão", explicou a Vale.

Mais cedo, a agência de notícias do governo federal reportou que, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, dois trabalhadores que atuavam na mina da Vale afirmaram na segunda-feira que houve a detonação programada.


Os trabalhadores divergiram sobre o horário da explosão, segundo a matéria jornalística. Um deles disse ter assistido a detonação e calculou que ela teria ocorrido a cerca de um quilômetro da barragem entre 12h20 e 12h40, enquanto a ruptura ocorreu às 12h28, segundo a Agência Brasil.

O outro trabalhador disse que a explosão ocorreu apenas por volta das 13h30, após o rompimento.


Ainda de acordo com a Agência Brasil, os dois trabalhadores também já foram ouvidos pela Polícia Civil.

"A influência de explosões na ruptura da barragem não é descartada pelos investigadores e está sendo analisada, conforme informa em nota a Polícia Civil", disse a reportagem.

Segundo nota da polícia citada pela agência, até a data do rompimento da barragem, as detonações ocorriam diariamente na cava Jangada, enquanto na cava de Feijão eram feitas duas vezes por semana.

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(Por Roberto Samora)

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