Vale prevê elevar a 30% fatia de metais básicos em seus resultados até o fim 2019
Economia|Do R7
Por Marta Nogueira e Alexandra Alper
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A divisão de metais básicos da Vale deverá ser responsável por 30 por cento dos negócios da mineradora até o fim de 2019, em uma expectativa conservadora, com alguns resultados já alcançados a partir de agora, afirmou nesta quarta-feira o presidente da companhia, Fabio Schvartsman.
Durante teleconferência com analistas para comentar os números anuais da empresa, o executivo destacou que o crescimento da participação da divisão de metais básicos nos resultados terá a contribuição de uma recuperação dos preços e da administração de custos.
A empresa é líder na produção global de níquel, metal que responde por boa parte da divisão juntamente com o cobre.
"Eu confesso a vocês que eu espero que nossos 30 por cento sejam, na realidade, conservadores no ponto de vista da participação que metais básicos possa ter nos resultados da Vale", disse Schvartsman.
Ele não especificou o indicador de resultado para comentar o assunto. Em 2017, a divisão de metais básicos da Vale representou cerca de 14 por cento do Ebitda total da empresa, de 15,34 bilhões de dólares, enquanto a área de metais ferrosos é predominante.
Em um evento em São Paulo em janeiro, o executivo disse que a participação do minério de ferro no resultado da empresa cairia para 70 por cento em dois anos, em meio à diversificação.
Sobre os preços de níquel, apesar de se colocar otimista, inclusive com a demanda do setor automobilístico para as baterias de carros elétricos, o executivo evitou fazer previsões detalhadas, uma vez que considera que há pouca previsibilidade para os valores.
Já em relação a custos, apenas na divisão de níquel, a empresa prevê reduzir em 10 por cento em 2018, o que representa mais de 150 milhões de dólares.
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RESULTADOS ALCANÇADOS
Alguns resultados já estão sendo alcançados, segundo Schvartsman.
Ele disse que nos últimos meses a empresa registrou caixa positivo em todas as operações de níquel.
"Nós temos tido um caixa positivo em todas as nossas operações, há um par de meses, acho que é a primeira vez desde o início das nossas operações de níquel que nós temos todos os sites da Vale produzindo resultados simultaneamente", disse.
Em busca de resultados para a divisão, Schvartsman contratou recentemente o diretor-executivo de Metais Básicos, Eduardo Bartolomeo, que guiará uma reestruturação completa da área de metais básicos da empresa.
O foco inicial do novo executivo, segundo Schvartsman, deverá ser a reformulação da estratégia para Sudbury, no Canadá, onde a empresa acredita que haja potencial de geração de valor "muito elevado" e a conclusão do aumento da produção de projeto de níquel em ilha do Pacífico Sul, onde está situada a Vale Nova Caledônia (VNC).
A ideia, disse o executivo, é "tirar a Nova Caledônia da situação de projeto e transformando em uma operação estável, com todas as características necessárias a rentabilizá-la".