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Varejo diz que alíquota zero de importação para compra de até US$ 50 é prejudicial

Representantes do setor se reuniram neste sábado (1º) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em São Paulo

Economia|Da Agência Brasil

Medida reduz taxa de importação de item de até US$ 50
Medida reduz taxa de importação de item de até US$ 50

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma reunião com representantes do IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), neste sábado (1°), em São Paulo. A pauta foi a cross border, categoria de vendas viabilizada por meio de plataformas digitais, e o gancho para o pedido de reunião, por parte do instituto, foi a Portaria nº 612, editada pela pasta nesta sexta-feira (30), que reduz a zero a alíquota de importação para compras do exterior de até US$ 50.

Conforme explicou o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, a entidade acompanha o assunto mais de perto há três anos e sente a necessidade de afinar a tributação nessa esfera, algo justificado, sobretudo, com o aumento da demanda durante a pandemia de Covid-19.

"O que nós viemos falar, nesse momento, é que essa redução que foi feita na portaria publicada nesta semana é muito prejudicial para o varejo, para a indústria e poderá levar a um forte desemprego, ao fechamento de lojas, algo que não é visível de imediato, mas, da forma que está, pode levar a essas consequências muito ruins para o país, que precisa gerar emprego. Inclusive, a redução de tributos, de que o país está precisando tanto", afirmou Gonçalves Filho.

"Nós viemos mostrar ao ministro que precisamos, em um curtíssimo prazo, que não queremos impostos, aumento de tributos, nós queremos isonomia, que o nosso varejo, que quem trabalha aqui, quem vende, a indústria, tenham as mesmas condições de quem traz produto de fora. Nós temos toda a folha de pagamento, os tributos estaduais, federais, financeiros, que devem estar contemplados nessa alíquota. Foi estabelecido já uma alíquota estadual e precisamos trabalhar, essa foi a proposta com o ministro, a curtíssimo prazo, se possível, ainda antes de agosto, uma alíquota que dê isonomia na competição", explicou.


Segundo avaliação dos representantes do instituto, o encontro foi positivo e houve sinalização "de compreensão" por parte do governo.

O conselheiro do IDV Sergio Zimerman reiterou a fala do presidente da organização, ressaltando que o argumento que se persegue é a "isonomia de tratamento". "O que a gente defende é a igualdade de tratamento. Se puder ser imposto baixo para todo mundo, maravilhoso, mas não faz sentido o imposto para quem gera empregos no Brasil ser mais alto do que para quem vende fora do Brasil", disse.

O ministro Haddad partiu após a reunião sem falar com a imprensa.

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