Fake news e bets exemplificam falta de domínio em português e matemática, avalia educador
Anuário Brasileiro de Educação Básica indicou que, no ensino médio, apenas 7,7% dos estudantes dominam as duas disciplinas
Educação|Do R7
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O Anuário Brasileiro da Educação Básica revelou que poucos estudantes brasileiros apresentam aprendizagem adequada em português e matemática. No ensino médio, etapa considerada crítica, apenas 7,7% dos alunos dominam as duas disciplinas. Esse período também concentra altos índices de evasão escolar e baixo desempenho.
“Um exemplo trágico do impacto negativo desse número é o quanto as pessoas estão apostando em jogos de azar, nessas bets. Quem conhece o mínimo de matemática sabe que você não vai ganhar. [...] Isso é um exemplo muito prático e cotidiano de como a falta de formação matemática está subtraindo riqueza das pessoas”, comenta André Lázaro, diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana no Brasil. Ele aponta ainda que a proliferação de fake news sinaliza que a leitura crítica não está sendo desenvolvida.
Em entrevista ao Hora News de quinta-feira (25), o professor explica que os baixos níveis da educação no Brasil possuem diversos fatores. Além de o país precisar de mais profissionais na área, com investimento em sua profissionalização, também existe o problema da contratação provisória de professores, que impacta na continuidade do serviço educacional.
“Metade dos profissionais, dos docentes das redes estaduais de educação, são contratos temporários. Imagina você fazer um jornal dessa responsabilidade que você tem, se a cada período, a cada semestre, muda a metade da equipe. Não é possível fazer as coisas funcionarem dessa maneira”, comenta Lázaro.
Na alfabetização, os números mostram avanço: segundo o indicador Criança Alfabetizada, a taxa subiu de 56% em 2023 para 59,2% em 2024.
Apesar disso, o país ainda está distante da meta de 80% até 2030, definida pelo governo federal. O estudo também destacou os impactos das mudanças climáticas na educação.
Um exemplo foram as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, quando mais de 1.000 escolas estaduais precisaram ser fechadas. Como consequência, a taxa de crianças alfabetizadas no estado caiu 18,7 pontos percentuais, passando de 63,4% para 44,7%, enquanto a média nacional subiu três pontos no mesmo período.
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