Falha em notas do Enem ocorreu em duas etapas, afirma gráfica
Responsável pela impressão das provas encaminhou documento ao Ministério da Educação explicando os problemas encontrados no processo de correção
Educação|Do R7
O Ministério da Educação recebeu documento da gráfica Valid, responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sobre a falha em parte das provas.
Em ofício ao MPF (Ministério Público Federal), o governo diz que a explicação dada pela gráfica foi de erro em duas etapas da impressão. Na Justiça, o MEC enfrenta ao menos 17 ações para revisar notas - e já houve duas liminares favoráveis a estudantes.
As falhas na impressão, segundo a explicação da Valid, resultaram na correção das provas com gabaritos de versão diferente. O primeiro erro teria ocorrido durante a impressão, com os códigos de barra de identificação do gabarito, que relaciona o candidato à cor da prova feita por ele. A segunda falha ocorreu em um sensor de leitura dos cadernos de prova.
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Os servidores avaliam que a explicação dada até o momento pela gráfica, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, é insuficiente para o MEC garantir a confiança na prova e nas notas dos candidatos. A gráfica não tem se manifestado à reportagem.
Segundo a pasta, houve erro na correção de 5.974 provas, entre 3,9 milhões de alunos. A pasta sustenta ainda que as notas foram corrigidas e diz não haver prejuízo a nenhum aluno.
Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), houve 17 ações ajuizadas, em dez unidades da Federação, com questionamentos após a divulgação das notas com erros.
Na quinta-feira (23), a Justiça Federal do Pará ordenou que o MEC revise a nota de uma aluna em até 48 horas. No pedido, ela destacou não considerar correto o prazo e o meio escolhidos para receber pedidos de nova correção.
"O ministro da Educação publicou no Twitter do Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) um e-mail para que candidatos prejudicados com a correção errônea pudessem fazer suas reclamações, concedendo-lhes o prazo até as 10 horas do dia seguinte", diz. A Justiça concordou com a alegação. Outro pedido foi acatado em Goiás. Duas ações foram negadas.
Após o erro nas notas, o MEC estendeu até domingo (26) - dois dias extras - o prazo de inscrições no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), plataforma que reúne vagas no ensino superior público. Não atendeu ao pedido do MPF, de suspender as inscrições.
Em nota, o Inep disse que a AGU toma as medidas cabíveis. A AGU informou estar recorrendo em todos os casos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.