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Educação

Jovens da periferia de Francisco Morato desenvolvem 'alimentador de pets' feito de sucata

Estudantes e professor fizeram vaquinha para conseguir pôr um sonho em prática e conquistaram o 1º lugar na Mostra de Robótica da Expo Movimento Inova

Educação|Karla Dunder, do R7

Ricardo Lucas da Silva Melo, Pedro Henrique Mendes dos Santos e o professor de geografia Reinaldo Pais dos Santos, da Escola Estadual Chácara Camponesa, em Francisco Morato
Ricardo Lucas da Silva Melo, Pedro Henrique Mendes dos Santos e o professor de geografia Reinaldo Pais dos Santos, da Escola Estadual Chácara Camponesa, em Francisco Morato

Praticamente sem estrutura e com poucos recursos — fizeram até vaquinha para conseguir comprar material —, mas com muita vontade de transformar um sonho em realidade, dois estudantes e um professor da Escola Estadual Chácara Camponesa, em Francisco Morato, criaram o projeto de um alimentador de pets produzido com sucata. O resultado: eles conquistaram o 1º lugar na Mostra de Robótica da Expo Movimento Inova.

Os estudantes Ricardo Lucas da Silva Melo e Pedro Henrique Mendes dos Santos, com a orientação do professor de geografia Reinaldo Pais dos Santos, transformaram uma impressora, que seria descartada, em um objeto útil: um alimentador de bichos de estimação que pode ser controlado a distância por meio de aparelho celular.

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A ideia nasceu nas aulas de tecnologia e de um projeto de vida do professor Reinaldo. "O grupo começou com seis alunos, e a ideia inicial era desenvolver um projeto para pessoas com deficiência visual", conta Santos. "Mas não tínhamos recursos para desenvolver algo tão sofisticado, e, diante das dificuldades, os alunos foram desistindo."

Dois estudantes e o professor decidiram reelaborar o projeto e seguir.


"Observamos que muitas pessoas precisam sair e deixar os animais de estimação em casa sozinhos, então por que não desenvolver um produto que facilite a vida de todo mundo?", questiona Ricardo. 

O grupo fez um rascunho do projeto, mas, como a escola é regular, não faz parte do programa de ensino integral da rede estadual, não havia sala de robótica nem equipamentos adequados. O jeito foi improvisar, usar sucata para conseguir as peças e fazer vaquinha para comprar uma câmera e um arduíno (uma placa que permite o desenvolvimento de projetos eletrônicos).


"Utilizamos uma impressora que iria para o lixo, adaptamos as peças para desenvolver o projeto", explica Reinaldo. O "corpo" da impressora serve para armazenar a ração, e a porta, que abre e fecha quando acionada, serve de suporte.

O equipamento permite que o responsável pelo animal programe o alimentador e o acione de onde estiver por um aplicativo de celular. A capacidade de armazenamento varia, dependendo do tamanho da ração, mas pode chegar a 2 quilos. 


"Com o recurso da vaquinha, compramos uma câmera e usamos o aplicativo e toda a engenharia da câmera e o arduíno para abrir e fechar o alimentador de pet. Com a câmera, o dono pode ver seu animal de estimação e também pode interagir, conversar com o bichinho", diz Santos.

O alimentador participou da Mostra de Robótica da Expo Movimenta Inova 2022 e ganhou o 1º lugar. "Concluir o projeto foi gratificante demais, mas conquistar o primeiro lugar no prêmio e ver os meninos hospedados em um hotel pela primeira vez foi muito emocionante", conta o professor.

Agora, o grupo trabalha para patentear o produto e também pretende desenvolver outras funções, como jogar brinquedos para os bichinhos.

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