Professores do Rio de Janeiro fazem ato nesta quarta-feira e cobram negociação
Manifestação unificada com outras categorias acontece hoje às 15h em frente da Assembleia Legislativa do Estado
Educação|Da Agência Brasil
A greve dos professores das redes estadual e municipal de ensino do Rio entrou no seu oitavo dia, sem avanço nas negociações. Hoje, às 15h, os professores participam de um ato unificado com outras categorias, como servidores do Ministério da Cultura e vigilantes. O protesto será em frente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), Marta Moraes, até o momento, o sindicato não recebeu resposta para marcar uma audiência com Wilson Risolia e Helena Bomeny, secretários estadual e municipal de Educação, respectivamente.
Categorias se unem para protesto nesta quarta no Rio
— Apresentamos a solicitação formal para uma audiência aos secretários, governador e prefeito, mas até agora não tivemos nenhuma resposta. Estamos esperando alguém se manifestar para negociarmos, disse Marta.
Nesta quinta-feira (22), o Sepe fará uma assembleia unificada da categoria às 11h, no Clube Hebraica Rio, em Laranjeiras, para definir os rumos da paralisação. Após a encontro, os profissionais sairão em passeata até o Palácio Guanabara, no mesmo bairro, e seguirão até o Palácio da Cidade, em Botafogo, sede da prefeitura.
Histórico e contexto
Os profissionaisentraram em greve no último dia 12, com uma pauta de reivindicações que inclui reajuste salarial de 20%, redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais e um terço da carga horária para planejamento de aula. Além disso, eles também cobram pontos que ficaram acertados no Acordo Coletivo de Trabalho firmado no ano passado, mas que os professores afirmam que não estão sendo cumpridos.
— É importante ressaltar que a nossa greve é nova, não é a retomada da paralisação do ano passado. Mas também queremos que governo e prefeitura cumpram o que foi prometido na greve anterior. No município, não foram cumpridos a equivalência salarial, um terço de planejamento e a valorização profissional. No estado, nenhuma disciplina com menos de dois tempos, garantia de uma matrícula em apenas uma escola e também um terço de planejamento [foram pontos que] deixaram de ser cumpridos, explicou Marta Moraes.
Segundo a coordenadora do sindicato, 30% dos professores municipais aderiram à greve. Já no estado, 55% dos profissionais estão participando da paralisação.
Professores das universidades federais e funcionários da USP, Unesp e Unicamp param nesta quarta-feira A Secretaria Estadual de Educação informou, em nota, que apenas 239 professores de um total de 75 mil faltaram nesta terça-feira (20) e nenhuma escola deixou de funcionar.
Segundo a secretaria, um reajuste salarial de 8% foi proposto para os docentes. Já a equivalência salarial não pode ser realizada porque existem cargas horárias de 16, 30 e 40 horas semanais nas escolas, segundo o órgão, que também descarta a redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Educação não se posicionou até o fechamento desta notícia, tanto sobre a adesão da categoria à greve quanto o andamento das negociações com a prefeitura.