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Seu filho é inquieto, desatento e hiperativo? Saiba como lidar

Entenda o que é o Transtorno do Déficit de Atenção, que atinge 5% das crianças em idade escolar, e de que maneira a escola de agir

Educação|Karla Dunder, do R7


Escolas precisam investir nos profissionais para acolher bem alunos com TDHA
Escolas precisam investir nos profissionais para acolher bem alunos com TDHA

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) atinge de 3 a 5% das crianças e adolescentes.

O que significa que nas escolas algumas crianças apresentam ao menos duas características que podem apontar para o transtorno: desatenção e impulsividade.

Vale ressaltar que só um médico pode dar o diagnóstico, mas o R7 ouviu especialistas para explicar o que é o TDAH e auxiliar família e escola como acolher essas crianças da melhor forma possível.

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)

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É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Entre as características estão a falta de atenção, inquietude e impulsividade.

Características

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Primeiro ponto é preciso deixar claro que agitação não é hiperatividade. Criança que não para um minuto, mesmo em sala de aula, não é necessariamente hiperativa. De acordo com informações da Associação Brasileira de TDAH o transtorno na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”, “vivendo no mundo da lua” e geralmente “estabanadas” e com “bicho carpinteiro” ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

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Diagnóstico

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Somente um médico pode dar o diagnóstico de TDAH. De acordo com pesquisa da Unifesp 36% dos encaminhamentos recebidos no setor de atendimento neuropsicológico infantil da instituição são originados da escola por meio de cartas solicitando aos pais que procurem tratamento para o filho para suspeita de TDHA.

O diagnóstico é feito a partir da análise de comportamento, histórico médico e hábitos da criança e da família. Como em casos de depressão ou ansiedade, por exemplo, não há exames físicos. A observação é fundamental para excluir outros problemas.

Papel da Escola

“É importante que a escola realmente entenda o que é o TDAH, aceite que esse transtorno existe e que invista na formação dos profissionais, em especial dos professores”, diz a presidente da Presidente da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), Iane Kestelman."Ler um livro ou ter acesso a algumas informações não significa que essa pessoa esteja preparada para lidar com uma criança com TDAH, é importante que profissionais habilitados estejam presentes no processo de educação das crianças”.

Para Iane, a inclusão é importante, mas não da maneira como ocorre no Brasil. “As crianças são jogadas em uma sala de aula e não há capacitação dos profissionais da educação para acolher esses alunos. O professor não é vilão, ele quer ensinar, mas é preciso que tenha formação e condições para isso”.

Quando a escola suspeita que um estudante tenha TDHA — escola não faz diagnóstico — cabe uma conversa franca com os pais para saber qual a melhor forma dessa criança ser assistida.

Acolhida

Para a coordenadora pedagógica do Colégio Santi, Maria Augusta Lara Meneghelo, é importante entender que cada aluno é único. “É fundamental que haja respeito à criança e a escola seja parceira da família e dos profissionais que acompanham”.

Outro aspecto importante, como avalia a coordenadora do Ensino Infantil da Escola Roberto Norio, Alessandra Tiemi Morishita, “o atendimento deve ser individualizado para que essas crianças sejam inseridas no grupo e não tenham a autoestima afetada”.

Sala de aula

Uma criança com TDHA precisa de atenção especial e algumas estratégias são eficazes e facilitam o convívio em sala de aula, como colocar o aluno para sentar na primeira carteira. “Quem tem o transtorno tem dificuldade de manter a atenção por muito tempo, a criança se distrai facilmente e tem dificuldade para memorizar”, explica Iane. “Sentar na frente, na primeira carteira, é uma forma do professor observar se o aluno está atento, de chamar para o foco se estiver disperso”.

Falar de forma objetiva facilita a compreensão. “Muitas vezes eles não entregam uma tarefa porque não conseguiram, não compreenderam o que era para ser feito”. Outra estratégia é manter uma agenda com a família, uma vez que há dificuldade em memorizar.

Atividades com materiais audiovisuais, computadores, vídeos, DVD, revistas, jornais aumenta consideravelmente o interesse do aluno nas aulas e, portanto, melhora a atenção.

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