Alexandre Kalil, pré-candidato ao Governo de Minas Gerais pelo PSD, se posiciona contrariamente à privatização da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) e da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). A venda das estatais é pregada pela atual gestão, de Romeu Zema (Novo). As propostas do postulante ao cargo foram apresentadas durante sabatina da Record TV Minas, na tarde desta terça-feira (9). A entrevista ocorreu durante o Balanço Geral MG e também teve um tempo exclusivo no YouTube e no Facebook da emissora. Kalil foi o segundo entrevistado e respondeu a perguntas do time de jornalistas da casa e de internautas. "A privatização é sempre o caminho mais fácil. Temos exemplos. A energia elétrica no Amapá é privatizada. Eles tiveram que adiar a eleição por lá porque a luz acabou. Esse negócio de privatização tem que ter cuidado. Não estou dizendo que sou contra privatizar qualquer coisa. Eu sou contra privatizar a Cemig e a Copasa", defendeu. Em caso de serviços privatizados, o representante do PSD defende uma maior regulamentação para eles. A criação e o fortalecimento de agências reguladoras foi a proposta apresentada por Kalil para solucionar o problema das estradas pedagiadas que têm problemas estruturais. Para a mineração no estado, Kalil também defende mais legislação. "Minas Gerais tem o minério no nome. O que não pode é dono de mineradora tomar conta da mineração. É o que vai acontecer agora com as concessões feitas em Minas Gerais", disse. "Precisamos das mineradoras porque geram imposto, geram riqueza. Mas precisamos que o governo atue na fiscalização", concluiu. Sobre o metrô que liga Belo Horizonte a Contagem, na região metropolitana, o ex-prefeito da capital mineira preferiu avaliar projetos caso seja eleito. "Tenho vergonha de falar do metrô. O metrô é só depois que eu for eleito. Vamos para o Distrito Federal", declarou. "Vou guardar no meu colete, e, depois de eleito, vamos ver o que vamos fazer."Dívida do estado O ex-prefeito de Belo Horizonte foi questionado sobre como equalizar a dívida de mais de R$ 152 bilhões do estado com a União. Para o político, o caminho não passa pela adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) nos moldes atuais. O projeto impõe regras orçamentárias ao estado em troca de facilidades para o pagamento da dívida. Kalil afirmou que, caso eleito, não vai aderir à proposta apresentada atualmente. "Vamos fazer um regime sentando com o presidente. O regime é necessário. A dívida existe", argumentou. "Graças a uma liminar do governo anterior, que já foi errado, a gestão atual não pagou nada da dívida", destacou. "Esse regime é perigoso, quase irresponsável", criticou.Rodoanel Uma das perguntas feitas a Kalil foi sobre a avaliação dele em relação às críticas feitas pelas prefeituras de Contagem e Betim em relação ao traçado do Rodoanel Metropolitano. Na avaliação do político, o projeto precisa ser analisado mais detalhadamente. "Como vamos rasgar Betim e Contagem no meio sem ouvir a população?", criticou. "Tem que sentar e conversar. Eu não entendo essa pressa para entregar aos empresários o Rodoanel. Vamos sentar. Betim e Contagem são cidades enormes. O traçado vai passar por Belo Horizonte também", observou.Relação com a União Durante a entrevista, Kalil reafirmou que apoia a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência. Indagado sobre o diálogo com o governo federal em eventual nova gestão de Bolsonaro, Kalil disse que não vai deixar de conversar com a União. "Somos o segundo estado do país. Temos voz. Temos que ser respeitados por Lula, Bolsonaro, Temer, Dilma e qualquer presidente. Não podemos nos acostumar que o governador de Minas Gerais seja subalterno a presidente da República", avaliou.Durante a entrevista, Kalil também: • prometeu sentar-se com os servidores, caso eleito, para discutir o reajuste salarial cobrado; • defendeu investimentos para melhoria da malha viária; e • prometeu participação feminina em seu eventual governo.Perfil Eleito prefeito da capital mineira por dois mandatos, Kalil renunciou ao cargo no dia 25 de março deste ano, data do seu aniversário e do Clube Atlético Mineiro, time do coração e do qual já foi presidente. À frente da equipe, ele conquistou importantes títulos, como a inédita Taça Libertadores da América, em 2013; a Copa do Brasil, em 2014; a Recopa Sul-Americana; e três Campeonatos Mineiros, em 2010, 2012 e 2013. Nascido em Belo Horizonte, Kalil tem 63 anos e é empresário no ramo da construção civil. Ele iniciou sua carreira aos 25, como dirigente esportivo do time de vôlei do Atlético-MG, entre 1980 e 1983. Mais tarde, passou a dirigir a Erkal Engenharia Ltda., empresa especializada em infraestrutura rodoviária, urbana, civil e industrial, criada por sua família.Sabatinas Assista à entrevista com Alexandre Kalil no início desta reportagem. As sabatinas acontecem até a próxima sexta-feira (12). Será um candidato por dia. As entrevistas começam às 15h, dentro do Balanço Geral.Veja a programação: • 8 de agosto (segunda-feira): Lorene Figueiredo (PSOL) • 9 de agosto (terça-feira): Alexandre Kalil (PSD) • 10 de agosto (quarta-feira): Marcus Pestana (PSDB) • 11 de agosto (quinta-feira): Romeu Zema (Novo) • 12 de agosto (sexta-feira): Carlos Viana (PL)