TRE decide que Solidariedade deve voltar à coligação de Ibaneis
O presidente regional da legenda, ex-senador Hélio José, disse que deve seguir apoiando Izalci mesmo que informalmente
Eleições 2022|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A Justiça Eleitoral decidiu que o Solidariedade deve permanecer na coligação do governador Ibaneis Rocha (MDB). O partido político vive uma luta interna, e o presidente, o ex-senador Hélio José, havia anunciado, no último domingo (21), que era candidato ao Senado novamente e que a agremiação estava deixando o grupo de Ibaneis para apoiar a candidatura do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ao Governo do Distrito Federal.
Com a decisão desta sexta-feira (26), a candidatura do ex-senador também para de valer, e o Solidariedade volta a apoiar Flávia Arruda (PL) para o Senado. Segundo a juíza do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) Nilsoni de Freitas Custódio, a convenção que decidiu que a legenda apoiaria Izalci e lançaria Hélio José aconteceu fora do prazo legal.
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"Verifico que houve deliberação para formação de coligação realizada dentro desse prazo, o que ocorreu em 2/8/2022, oportunidade em que a Comissão Executiva decidiu que o grêmio político devia se coligar com os partidos que apoiavam a candidatura de Ibaneis Rocha Barros Júnior para governador e Flávia Arruda para Senadora", afirmou a magistrada.
Em outro trecho, a juíza menciona a ata de apoio do partido a Izalci. "Quanto à deliberação posterior, que ensejou a apresentação do presente requerimento, contata-se que somente ocorreu em 21/8/2022, ou seja, após o prazo estabelecido pelos convencionais, o que demonstra ter sido exercida a delegação fora dos parâmetros delegados, tornando-a inválida."
O candidato a deputado federal Janisio Melo afirmou ao R7 que o grupo ligado a Ibaneis seguirá apoiando a candidatura à reeleição do governador e a candidatura de Flávia Arruda ao Senado. Já Hélio José afirmou que vai recorrer e que, enquanto isso, o partido avalia com o grupo de Izalci a possibilidade de seguir com o apoio informal à candidatura do senador ao Governo do Distrito Federal.
Assédio sexual
A Executiva Nacional do Solidariedade pediu ao Conselho de Ética do partido a expulsão do presidente da legenda no Distrito Federal, Hélio José. Ele foi acusado de assédio sexual por duas candidatas filiadas à sigla. Procurado pelo R7, ele negou as acusações.
Por meio de nota, o partido informou que "não compactua com qualquer tipo de violência, neste caso, ocorrida covardemente, durante gravação de um programa eleitoral, cometida contra duas candidatas. [...] Defendemos e lutamos para que mais mulheres tenham mais representatividade na política, e não podemos tolerar atitudes machistas e misóginas como as relatadas no boletim de ocorrência".
O Solidariedade registrou três candidatas à Câmara dos Deputados e nove à Câmara Legislativa do DF. Na quarta-feira (24), duas candidatas do partido registraram boletim de ocorrência por assédio sexual contra Hélio José.
Na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Viviane Alves e Marly Medeiros afirmaram que o ex-senador teria tentado beijá-las à força e passado a mão nelas durante a gravação de vídeos para a propaganda eleitoral na TV.
As violações teriam ocorrido na terça-feira (23), quando eram gravados os vídeos para inserção no horário de propaganda eleitoral, que começa nesta sexta-feira (26).
A gravação foi marcada para ser realizada na sede do PSDB, sigla com a qual o Solidariedade firmou aliança depois que Hélio José assumiu a presidência por meio de uma ordem judicial provisória. O partido rompeu a aliança com o grupo de Ibaneis Rocha (MDB) e decidiu apoiar o adversário, Izalci Lucas (PSDB), ao Governo do DF. Hélio José é candidato ao Senado na chapa de Izalci.