Cigarras de café viram farinha rica em proteína para nutrição animal
Transformar cigarras em farinha pode reduzir químicos e gerar proteína
Fala Ciência|Do R7

Pesquisadores do Instituto Federal do Sul de Minas desenvolveram uma técnica inovadora para aproveitar cigarras capturadas em lavouras de café. Ao invés de usar inseticidas, os insetos são coletados por armadilhas sonoras, desidratados e transformados em farinha rica em proteína, com potencial para a alimentação animal.
Essa abordagem combina controle de pragas e sustentabilidade, reduzindo o impacto químico sobre o meio ambiente e oferecendo um novo produto nutritivo.
Principais benefícios do método:
Como funciona a coleta e o processamento
O período de coleta das cigarras é estratégico: durante grande parte do ano, as ninfas permanecem no solo, sugando raízes e causando prejuízos. Apenas entre 40 e 60 dias ao final do ciclo, os insetos emergem para se reproduzir, momento em que podem ser capturados de forma eficaz.

Após a captura, os insetos passam por desidratação controlada, transformando-se em pó fino, com alto teor proteico. Esse processo mantém os nutrientes e facilita a análise do perfil bromatológico, essencial para avaliar o valor nutricional da farinha.
Farinha de cigarra: perfil nutricional e potencial
Estudos preliminares indicam que a farinha possui mais de 70% de proteína, posicionando-a como um suplemento proteico competitivo para a nutrição animal. Pesquisas adicionais buscam identificar os aminoácidos presentes, permitindo indicar aplicações específicas em rações ou como complemento alimentar.
Vantagens do produto:
Inovação com impacto ambiental e agrícola
O projeto demonstra que é possível controlar pragas de forma ecológica e ainda gerar valor econômico e nutricional. Ao substituir parte dos químicos por armadilhas e transformar os insetos em farinha, a técnica fortalece a sustentabilidade da cafeicultura, reduz perdas e agrega novos produtos à cadeia alimentar.
Com avanços contínuos no laboratório de entomologia, o método pode se tornar uma referência em agricultura sustentável, abrindo espaço para novas aplicações e fortalecendo a integração entre ciência, agricultura e nutrição animal.
