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África do Sul vive dias de tensão após prisão de ex-presidente

Além da detenção de Jacob Zuma, protestos contra a situação econômica e a crise sanitária tomaram conta das ruas do país

Internacional|Do R7, com AFP

Policial observa grupo de seguranças fortemente armados nas ruas de Johannerburgo
Policial observa grupo de seguranças fortemente armados nas ruas de Johannerburgo

A África do Sul vive dias de violência após a prisão, por desacato, do ex-presidente Jacob Zuma. Já são cinco dias de saques, pilhagens e protestos não apenas contra a detenção do antigo companheiro de Nelson Mandela, mas contra a situação econômica do país, imerso em uma grande crise econômica e que também é o mais atingido do continente pela pandemia.

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Com cerca de 2,2 milhões de casos e 64 mil mortes por covid-19, a África do Sul já estava perto de um completo colapso do sistema hospitalar, devido à propagação da variante Delta do coronavírus e, no fim de junho, precisou implantar um toque de recolher nas províncias mais afetadas, das 21h às 4h, mas mesmo assim tem registrado quase 18 mil infecções por dia.

Na segunda-feira, o exército sul-africano anunciou, que começou a enviar tropas militares para as ruas de duas províncias do país, incluindo Johannesburgo, palco de violência e de saques desde sexta-feira (9). Pelo menos 10 pessoas já morreram no país e 490 foram presas.


"A Força de Defesa Nacional sul-africana já começou o procedimento de pré-mobilização, em consonância com um pedido de assistência recebido" para ajudar a polícia nas províncias de Gauteng e Kwazulu-Natal, disse o Exército, em um comunicado.

As emissoras locais têm mostrado ao vivo imagens de tensão, com estradas bloqueadas e centros comerciais saqueados na província de Kwazulu-Natal, no leste do país, onde Zuma se entregou na última quinta e local das primeiras manifestações violentas, que ocorreram logo a seguir.


Nas imagens, podia se ver uma imensa nuvem de fumaça sobre o centro comercial de Brookside, na cidade de Pietermaritzburgo, enquanto pessoas saíam do edifício em chamas com carrinhos cheios de mercadorias.

Violência se alastra

A violência também se espalhou para Johannesburgo, capital econômica do país, onde foram registrados saques na notie de domingo para segunda e onde bloqueios em estradas foram registrados ao longo do dia.


Na cidade de Eshowe, a cerca de 30km de Nkandla, onde Zuma tem uma mansão luxuosa que teria sido reformada com dinheiro público durante seu mandato (2009 a 2018), um supermercado foi saqueado na manhã de segunda antes da chegada da polícia, que dispersou a multidão com tiros de balas de borracha.

Além disso, foram incendiados caminhões ao longo de uma rodovia nacional perto de Durban, um dos maiores portos do sul da África. Vários carros foram incendiados nas regiões afetadas. A polícia afirmou que prendeu dezenas de suspeitos.

O presidente Cyril Ramaphosa pediu calma para a população em um pronunciamento no domingo, afirmando que estava preocupado com atos de violência "esporádicos, mas cada vez mais graves, sem dúvida há quem tenha se incomodado e esteja com raiva, mas nada justifica tantos estragos".

Zuma se entregou à polícia depois de ter sido condenado, no fim de junho, a 15 meses de prisão por desacato, após ter se recusado a depor em uma comissão que investiga a corrupção estatal em seu mandato.

O ex-presidente, um conhecido militante contra o apartheid, ainda é muito popular entre os sul-africanos, especialmente na região zulu, onde nasceu.

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