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Bento 16 vai armar defesa jurídica para acusação de encobrimento de abuso na Igreja Católica

Não há informações se o papa emérito, de 95 anos, comparecerá presencialmente em futuras audiências nos tribunais alemães

Internacional|Do R7

Bento 16 renunciou ao cargo de papa em 2013, dando lugar a Francisco
Bento 16 renunciou ao cargo de papa em 2013, dando lugar a Francisco

Papa emérito Bento 16 planeja se defender de uma ação civil movida em um tribunal alemão por um homem que o acusa de ajudar a encobrir abusos históricos, disse um porta-voz do tribunal nesta terça-feira (8).

Na mais recente reviravolta em um escândalo de longa data envolvendo a Igreja Católica, uma chamada ação declaratória foi movida em junho em nome de um homem, então com 38 anos, que disse ter sido abusado por um padre quando criança.

A denúncia tem como alvo um padre, identificado como Peter H., e o ex-papa Bento 16, que foi arcebispo de Munique e Freising entre 1977 e 1982, bem como o sucessor, cardeal Friedrich Wetter, e outro oficial da Igreja.

A Arquidiocese de Munique e Freising se recusou a comentar um caso em andamento.


Um porta-voz do tribunal de Traustein confirmou uma reportagem da agência de imprensa DPA dizendo que o ex-papa se defenderia por meio de um escritório de advocacia. A medida evita a chamada decisão padrão do tribunal.

Isso não significa que Bento 16, agora com 95 anos, comparecerá no tribunal em própria defesa. Mas um porta-voz do tribunal disse que o tribunal pode exigir que os réus compareçam.


Os réus têm até 24 de janeiro para responder à denúncia. Nenhuma data foi marcada para audiência.

Andreas Schulz, o advogado que apresentou o caso, disse que buscava estabelecer a culpabilidade, argumentando que a Igreja Católica e os réus tinham o dever cristão de reconhecer as injustiças cometidas.


"Se não o fizerem, o dano à reputação aumentará e a Igreja Católica acelerará a erosão da fé", disse Schulz, confirmando comentários que fez à DPA.

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Um relatório publicado em janeiro sobre abuso sexual na arquidiocese de 1945 a 2019 acusou Bento 16 de não agir contra clérigos em quatro casos quando era arcebispo de Munique.

Bento 16, que renunciou ao cargo de pontífice em 2013, reconheceu que ocorreram erros no tratamento dos casos enquanto ocupou esse cargo e pediu perdão. Os advogados do ex-papa argumentaram que ele não era o culpado direto.

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