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Caso de filhas abusadas pelo pai em Santa Catarina relembra a história de Fritzl, o maníaco de Amstetten

Austríaco que manteve filha em cárcere privado por 24 anos pode ter liberdade condicional

Internacional|Do R7

Josef Fritzl tinha 73 anos quando foi preso
Josef Fritzl tinha 73 anos quando foi preso

A prisão do homem de 45 anos suspeito de abusar das duas filhas, com as quais teve seis filhos, e mantê-las isoladas em casa por 12 anos, em Santa Catarina, chocou o Brasil na última terça-feira (15).

Depois de receber uma denúncia anônima, a polícia conseguiu o depoimento da filha mais nova, que está grávida do quarto filho e contou que o pai proibia as duas de saírem de casa, na zona rural de Rio Negrinho.

O caso brasileiro relembra os crimes cometidos por Josef Fritzl contra sua filha Elisabeth. Mantida presa no porão de sua casa na Áustria por 24 anos, Elisabeth foi estuprada diversas vezes pelo pai, com quem teve sete filhos.

Apesar de ter sido condenado à prisão perpétua e tratamento psiquiátrico, Fritzl pode ter direito a liberdade condicional em 2024, quando completar 88 anos. Se aprovado por psiquiatras e avaliado de forma positiva, Fritzl pode ser transferido para uma prisão comum. 


O crime só foi descoberto porque uma das filhas de Elisabeth precisou de atendimento médico e Fritzl deu entrada no hospital dizendo que encontrou a garota inconsciente na rua. A polícia decidiu procurar pela mãe e a verdade veio à tona.

Relembre o caso


No dia 28 de agosto de 1984, Fritzl atraiu sua filha, que na época tinha 18 anos, até o porão de sua própria casa. Dopada e algemada, Elisabeth não reagiu. Em depoimento, ela disse que o pai já abusava dela antes mesmo de torná-la prisioneira. Na época, Fritzl forçou Elisabeth a escrever uma carta dizendo que fugiria e pedindo para que os pais não a procurassem mais. 

Entre os anos de 1988 e 2003, Fritzl levou os filhos que teve com Elisabeth até sua própria casa, com um recado de Elisabeth para os pais, dizendo que não poderia cuidar das crianças. Todos os filhos nasceram no porão, e um dos gêmeos que nasceu em 1996 e morreu em seguida foi colocado em um incinerador pelo próprio Fritzl. 


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Só em 2008, a polícia divulgou um apelo para encontrar Elisabeth, cuja filha estava no hospital em Amstetten, com uma doença grave. Nos dias seguintes, Fritzl libertou Elisabeth e seus filhos, alegando que ela voltara para a casa com as buscas da polícia. Depois de serem vistos na porta do hospital, no dia 27 de abril, Fritzl foi preso sob suspeita de incesto e sequestro. Ao entregar o local do cativeiro, as crianças foram levadas ao hospital junto com a mãe.

Na mesma semana, Fritzl disse que havia jogado um filho no incinerador e que manteve Elisabeth presa por 24 anos. Os exames de DNA confirmaram. Elisabeth deixou o porão com 42 anos. 

Mesmo com todas as provas, Fritzl continuava com suas versões sobre o crime. Porém, em março de 2009, ele se declarou culpado de todas as acusações, incluindo estupro, incesto, coação grave, privação de liberdade e homicídio por negligência e foi condenado à prisão perpétua e tratamento psiquiátrico.

Dias de hoje

Atualmente, Fritzl está na penitenciária de Sankt Pölten, aguardando a decisão da Justiça para uma possível mudança para um centro de internamento definitivo. As autoridades realizam trabalhos de prevenção de suicídio. 

Elisabeth vive com seus filhos com nova identidade em um lugar não identificado pelas autoridades austríacas. Acompanhados pelo governo, eles recebem pensão do Estado para reconstruírem a vida. 

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