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'Chifrudo' que invadiu o Capitólio pega 3 anos e 5 meses de prisão

Jacob Chansley, o homem que invadiu o Congresso dos EUA em janeiro usando chifres de búfalo, foi condenado nesta quarta (17)

Internacional|Do R7

Chansley foi considerado um dos símbolos da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro
Chansley foi considerado um dos símbolos da invasão ao Capitólio em 6 de janeiro

O apoiador de Donald Trump e autoproclamado "xamã" que, sem camisa e com um cocar de pele e chifres, se transformou no rosto do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio dos Estados Unidos foi sentenciado nesta quarta-feira(17) a 41 meses de prisão (3 anos e 5 meses).

A promotoria pediu mais de quatro anos de prisão para Jacob Chansley, 34 anos, que se declarou culpado em setembro de invadir a sede do Congresso junto com centenas de apoiadores de Trump para impedir que legisladores certificassem a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais.

Chansley "se transformou na imagem" desse dia de caos que sacudiu a democracia norte-americana, disse o juiz Royce Lamberth ao pronunciar a sentença. "O que você fez foi terrível", acrescentou.

No dia 6 de janeiro deste ano, Chansley, seguidor das teorias conspiratórias do QAnon, entrou armado com uma lança na sede do Senado, se sentou na cadeira reservada ao então vice-presidente Mike Pence e deixou um bilhete que dizia: "É só uma questão de tempo, a justiça se aproxima!"


Morador de Phoenix, no estado do Arizona, o "xamã" foi preso dias depois do incidente e está detido há dez meses. Em setembro, ele se declarou culpado por obstruir um ato oficial do governo diante de um tribunal federal em Washington.

Em 10 de novembro, a promotoria pediu 51 meses (5 anos e 3 meses) de prisão para Chansley, que teria sido a sentença mais severa contra um participante do ataque de 6 de janeiro, apesar de terem sido retiradas as acusações de violência.


"Você errou feio"

A sentença, ainda assim considerada severa, "será suficiente para dissuadir para sempre qualquer ato desse tipo", disse na quarta-feira a promotora Kimberly Paschall. "A Justiça não pode ficar de braços cruzados enquanto se ataca a transferência pacífica de poder".

Para explicar a gravidade do caso, ela lembrou que Jacob Chansley tinha publicado "mensagens violentas" nas redes sociais contra políticos que ele chamava de "corruptos e traidores" muito antes do ataque de 6 de janeiro.


"Se o acusado tivesse sido pacífico, não estaria aqui hoje. Mas uma multidão que ataca o Capitólio com o objetivo de interromper as atividades dos parlamentares não é pacífica, comete uma obstrução criminosa", detalhou ela.

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Falando com o juiz, Jacob Chansley afirmou que "não é um criminoso perigo", mas que sofre de "transtornos de personalidade" e que quer se curar para se tornar "um homem melhor".

Submetido a um regime de isolamento na prisão, ele afirmou que teve tempo de se olhar no espelho e dizer a si mesmo "amigo, você realmente errou feio".

Antes do julgamento, seu advogado, Albert Watkins, assegurou que Chansley havia repudiado o movimento QAnon e disse que estava "decepcionado" com Donald Trump.

Um total de 664 pessoas foram acusadas em diversos graus por sua participação no ataque contra o Capitólio, segundo o Programa de Pesquisas sobre Extremismo da Universidade George Washington.

Cinco pessoas morreram em decorrência do ataque e nos dias sseguintes, incluindo um agente da polícia do Capitólio e uma manifestante baleada por um policial dentro do Capitólio.

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