Logo R7.com
RecordPlus

Como era o esquema que levou 11 pessoas de uma mesma família à pena de morte na China

Tribunal chinês condenou integrantes da família Ming por fraudes bilionárias, assassinatos e tráfico de pessoas em Mianmar

Internacional|Do R7

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um tribunal da China condenou 11 membros da família Ming à pena de morte por crimes como fraudes, assassinatos e tráfico.
  • O grupo operava a partir de Kokang, Mianmar, utilizando trabalhadores traficados para aplicar golpes virtuais.
  • As atividades ilegais do grupo causaram a morte de 14 cidadãos chineses e geraram bilhões de dólares em lucro ilícito.
  • As investigações, que ganharam destaque em 2023, resultaram na prisão de dezenas de suspeitos e desmantelamento de centros fraudulentos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Réus no Tribunal Popular Intermediário de Wenzhou, na China, na segunda-feira (29) Divulgação/Agência de Notícias e Comunicação dos Tribunais Populares da China

Um tribunal da China condenou 11 pessoas de uma mesma família à morte por participação em um esquema criminoso bilionário no norte do país vizinho Mianmar. As informações foram divulgadas pelo jornal estatal chinês China Daily.

Os réus integravam a chamada família Ming, apontada como responsável por golpes digitais, exploração de cassinos, tráfico de drogas, prostituição organizada e pela morte de cidadãos chineses.


De acordo com o Tribunal Popular Intermediário de Wenzhou, na província chinesa de Zhejiang, o grupo usava trabalhadores traficados para aplicar fraudes virtuais em estrangeiros a partir de complexos na região de Kokang, na fronteira de Mianmar com a China.

Leia mais

A emissora estatal chinesa CCTV disse que, no auge das atividades, a família chegou a reunir 10 mil pessoas em operações ilegais, que movimentaram bilhões de dólares. O dinheiro ilícito transformou Laukkaing, capital de Kokang, em um polo de cassinos e fraudes cibernéticas.


A Justiça chinesa considerou o grupo culpado de 14 crimes, incluindo homicídio doloso, fraude e lesão corporal intencional. As atividades, estruturadas desde 2015, resultaram na morte de 14 cidadãos chineses e deixaram outros seis feridos, segundo o China Daily.

Os membros do grupo chegaram a ordenar assassinatos para impedir fugas de trabalhadores, segundo o tribunal. Em outubro de 2023, por exemplo, quatro pessoas morreram em um tiroteio em um dos complexos de fraude cibernética.


Além das 11 condenações à morte, cinco pessoas receberam penas de morte suspensas por dois anos – modalidade que pode ser convertida em prisão perpétua em caso de bom comportamento.

Outros 12 membros foram condenados a penas que variam entre cinco e 24 anos de prisão. Parte dos réus também foi multada ou teve bens confiscados.


O chefe do grupo, Ming Xuechang, que chegou a ocupar cargo no parlamento estadual de Mianmar, tirou a própria vida enquanto estava sob custódia, segundo a mídia estatal chinesa. O filho dele, Ming Guoping, líder da Força de Guarda de Fronteira de Kokang, além da filha e neta, também foram presos.

Investigações

As investigações do caso começaram a ganhar destaque em 2023, quando autoridades chinesas emitiram mandados de prisão contra integrantes da família e ofereceram recompensas pela captura.

Desde então, operações conjuntas entre China e Mianmar levaram à prisão de dezenas de suspeitos e à devolução de mais de 53 mil pessoas para território chinês, entre vítimas de tráfico e envolvidos em golpes.

Segundo o Instituto dos Estados Unidos para a Paz, fundado pelo Congresso norte-americano, golpes aplicados por sindicatos criminosos do Sudeste Asiático causam perdas superiores a US$ 43 bilhões (cerca de R$ 227 bilhões) por ano.

A Justiça chinesa afirma que só o grupo da família Ming, apontada como uma das quatro grandes organizações criminosas de Kokang, obteve lucros acima de 10 bilhões de yuans (cerca de US$ 7,4 bilhão).

Nos últimos anos, a China ampliou a repressão a fraudes em telecomunicações. De acordo com o Ministério da Segurança Pública, operações conjuntas já desmantelaram mais de 2.000 centros fraudulentos no exterior, resultando na prisão de 80 mil suspeitos.

Perguntas e Respostas

 

Qual foi a decisão do tribunal chinês em relação à família Ming?

 

Um tribunal da China condenou 11 pessoas da família Ming à pena de morte por envolvimento em um esquema criminoso bilionário que operava a partir de Mianmar.

 

Quais crimes foram atribuídos aos membros da família Ming?

 

Os réus foram considerados culpados de 14 crimes, incluindo homicídio doloso, fraude e lesão corporal intencional. As atividades do grupo resultaram na morte de 14 cidadãos chineses e deixaram outros seis feridos.

 

Como o grupo realizava suas atividades criminosas?

 

A família Ming utilizava trabalhadores traficados para aplicar fraudes virtuais em estrangeiros, operando a partir de complexos na região de Kokang, na fronteira de Mianmar com a China.

 

Qual foi a magnitude das operações da família Ming?

 

No auge de suas atividades, a família reuniu cerca de 10 mil pessoas em operações ilegais que movimentaram bilhões de dólares, transformando Laukkaing, capital de Kokang, em um polo de cassinos e fraudes cibernéticas.

 

O que aconteceu com o chefe do grupo, Ming Xuechang?

 

Ming Xuechang, que havia ocupado um cargo no parlamento estadual de Mianmar, tirou a própria vida enquanto estava sob custódia.

 

Quais foram as consequências legais para outros membros da família?

 

Além das 11 condenações à morte, cinco pessoas receberam penas de morte suspensas por dois anos, e outros 12 membros foram condenados a penas que variam entre cinco e 24 anos de prisão. Parte dos réus também foi multada ou teve bens confiscados.

 

Como as autoridades chinesas reagiram ao esquema criminoso?

 

As investigações começaram a ganhar destaque em 2023, quando autoridades chinesas emitiram mandados de prisão contra integrantes da família e ofereceram recompensas pela captura. Operações conjuntas entre China e Mianmar resultaram na prisão de dezenas de suspeitos e na devolução de mais de 53 mil pessoas para a China.

 

Qual é o impacto dos golpes aplicados por sindicatos criminosos no Sudeste Asiático?

 

Segundo o Instituto dos Estados Unidos para a Paz, golpes aplicados por sindicatos criminosos do Sudeste Asiático causam perdas superiores a US$ 43 bilhões por ano.

 

Qual foi o lucro estimado do grupo da família Ming?

 

A Justiça chinesa afirma que o grupo da família Ming, uma das quatro grandes organizações criminosas de Kokang, obteve lucros acima de 10 bilhões de yuans, o que equivale a cerca de US$ 1,4 bilhão.

 

Como a China tem lidado com fraudes em telecomunicações nos últimos anos?

 

A China tem ampliado a repressão a fraudes em telecomunicações, com operações conjuntas que já desmantelaram mais de 2.000 centros fraudulentos no exterior, resultando na prisão de 80 mil suspeitos.

 

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.