Coreia do Norte anuncia manobras com fogo real perto da fronteira
Internacional|Do R7
Seul, 31 mar (EFE).- A Coreia do Norte anunciou nesta segunda-feira que realizará exercícios navais com fogo real perto da fronteira com a Coreia do Sul, o que pode elevar ainda mais a tensão gerada pelos exercícios militares de Seul e Washington e os lançamentos norte-coreanos de mísseis dos últimos dias. O regime de Kim Jong-un enviou um fax à força naval sul-coreana para notificá-la que realizará as manobras em sete pontos próximos à sempre tensa fronteira entre os países no Mar Amarelo, disse à Agência Efe um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul. A Coreia do Norte não especificou o horário em que planeja realizar os exercícios militares, mas pediu ao país vizinho que "mantenha sob controle suas embarcações" na zona, em uma aparente tentativa de evitar acidentes. O exército da Coreia do Sul, por sua vez, "reforçou sua preparação" diante de qualquer contingência e "vigiará de perto as manobras militares do Norte", garantiu o porta-voz de Defesa. A tensão cresceu recentemente na península coreana, onde a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizam desde fim de fevereiro o Foal Eagle, um exercício militar conjunto para coordenar a defesa que acontece até 18 de abril. A Coreia do Norte considera o Foal Eagle como "um ensaio de invasão" de seu país, e em reposta realizou nas últimas semanas vários lançamentos de mísseis ao mar. Após lançar dezenas de projéteis de curto alcance, na quarta-feira Pyongyang disparou dois mísseis de médio alcance, a primeira ação deste tipo em cinco anos, o que levou Seul e Washington a pedirem uma resposta do Conselho de Segurança da ONU ao que consideraram uma "provocação". Em todo caso, a tensão vivida nestes dias península coreana é menor do que a do ano passado, quando Pyongyang respondeu as manobras dos aliados com uma inusual e intensa campanha de hostilidades, incluídas ameaças quase diárias de guerra. A fronteira do Mar Amarelo é uma região especialmente sensível, onde as duas Coreias já tiveram confrontos de gravidades nas últimas décadas. Os Estados Unidos mantém na Coreia do Sul 28.500 militares e se comprometeram a defender seu aliado, herança da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com um armistício em vez de um tratado de paz. EFE aaf/cd