Dieta especial? Dentes revelam que dinossauros eram ‘seletivos’ em relação à comida; entenda
Pesquisadores desvendam como animais herbívoros e carnívoros escolhiam alimentos específicos, permitindo convivência entre si
Internacional|Do R7
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Cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, descobriram que dinossauros do período Jurássico, há 150 milhões de anos, eram extremamente seletivos com sua alimentação.
Essa descoberta, anunciada em um comunicado da universidade, explica como diversas espécies gigantes conseguiam viver juntas no mesmo ambiente sem competir diretamente por comida.
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Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores examinaram dentes encontrados na Pedreira Carnegie, em Utah, um sítio paleontológico formado durante uma intensa seca no Jurássico Superior.
Os fósseis pertencem a quatro espécies de dinossauros — os herbívoros Camarasaurus, Camptosaurus e Diplodocus, e o carnívoro Allosaurus — além de um crocodiliforme, o Eutretauranosuchus.
A chave para entender as dietas desses animais está no esmalte dentário, que guarda isótopos de cálcio. Esses isótopos funcionam como uma “impressão digital” química, revelando quais tipos de plantas ou presas cada espécie consumia.
Cada dinossauro com um prato favorito
A análise mostrou que os dinossauros herbívoros tinham preferências bem distintas. O Camptosaurus, por exemplo, era exigente: escolhia folhas e brotos macios, ricos em nutrientes.
Já o Camarasaurus preferia coníferas e plantas lenhosas mais resistentes. O Diplodocus, por sua vez, tinha uma dieta variada, incluindo samambaias, cavalinhas e partes mais duras das plantas próximas ao solo.
“Essas diferenças na alimentação explicam como tantos herbívoros gigantes conviviam no mesmo ecossistema”, disse Liam Norris, principal autor do estudo e doutor pela Escola de Geociências Jackson da Universidade do Texas. “Cada um comia algo diferente, e agora temos evidências concretas disso”.
Entre os carnívoros, os resultados indicaram que o Allosaurus e o Eutretauranosuchus tinham dietas parcialmente sobrepostas, mas com distinções. Enquanto o crocodiliforme provavelmente caçava peixes, o Allosaurus se alimentava de dinossauros herbívoros, possivelmente até dos outros três estudados.
Ecossistema preservado no tempo
Os fósseis foram preservados de forma excepcional. “Tivemos sorte de estudar fósseis de dinossauros que viveram juntos e foram rapidamente soterrados em um único depósito”, disse Rowan Martindale, professor do Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da universidade. “Essa ‘tumba jurássica’ é uma janela única para o passado”.
Antes, acreditava-se que a convivência entre dinossauros herbívoros era possível porque cada um se alimentava em diferentes alturas das copas das árvores. O novo estudo, porém, revela que a escolha por partes específicas das plantas — como folhas, brotos ou caules lenhosos — também era fundamental.
A morfologia dos dinossauros, como o formato do focinho e a altura, reforça essas preferências alimentares. As descobertas mostram que dinossauros de pescoço longo, como o Diplodocus, usavam os pescoços flexíveis para alcançar diferentes tipos de vegetação.
Segundo os pesquisadores, o estudo também ressalta a riqueza do ecossistema jurássico, capaz de sustentar inúmeras espécies com dietas muito especializadas. “Esse ambiente era ainda mais impressionante do que imaginávamos”, disse Norris.
Perguntas e Respostas
Qual foi a descoberta feita por cientistas da Universidade do Texas sobre dinossauros?
Cientistas descobriram que dinossauros do período Jurássico, há 150 milhões de anos, eram extremamente seletivos em sua alimentação, o que permitiu que diversas espécies gigantes vivessem juntas sem competir diretamente por comida.
Como os pesquisadores chegaram a essa conclusão?
Os pesquisadores examinaram dentes encontrados na Pedreira Carnegie, em Utah, um sítio paleontológico formado durante uma intensa seca no Jurássico Superior. Os fósseis pertencem a quatro espécies de dinossauros: os herbívoros Camarasaurus, Camptosaurus e Diplodocus, e o carnívoro Allosaurus, além de um crocodiliforme, o Eutretauranosuchus.
O que os isótopos de cálcio nos dentes revelaram?
Os isótopos de cálcio presentes no esmalte dentário funcionam como uma "impressão digital" química, revelando quais tipos de plantas ou presas cada espécie consumia.
Quais eram as preferências alimentares dos dinossauros herbívoros estudados?
O Camptosaurus preferia folhas e brotos macios, ricos em nutrientes. O Camarasaurus optava por coníferas e plantas lenhosas mais resistentes, enquanto o Diplodocus tinha uma dieta variada, incluindo samambaias, cavalinhas e partes mais duras das plantas próximas ao solo.
Como essas diferenças alimentares impactavam a convivência entre os dinossauros?
Essas diferenças na alimentação explicam como tantos herbívoros gigantes podiam coexistir no mesmo ecossistema, pois cada um se alimentava de algo diferente.
O que foi observado sobre as dietas dos dinossauros carnívoros?
Os resultados indicaram que o Allosaurus e o Eutretauranosuchus tinham dietas parcialmente sobrepostas, mas com distinções. O Eutretauranosuchus provavelmente caçava peixes, enquanto o Allosaurus se alimentava de dinossauros herbívoros.
Qual a importância dos fósseis encontrados na Pedreira Carnegie?
Os fósseis foram preservados de forma excepcional, permitindo um estudo detalhado de dinossauros que viveram juntos e foram rapidamente soterrados em um único depósito, proporcionando uma visão única do passado.
Como a morfologia dos dinossauros influenciava suas preferências alimentares?
A morfologia, como o formato do focinho e a altura, reforçava as preferências alimentares. Dinossauros de pescoço longo, como o Diplodocus, usavam seus pescoços flexíveis para alcançar diferentes tipos de vegetação.
Qual é a conclusão dos pesquisadores sobre o ecossistema jurássico?
Os pesquisadores ressaltam que o ecossistema jurássico era rico e capaz de sustentar inúmeras espécies com dietas muito especializadas, sendo ainda mais impressionante do que se imaginava.
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