Diplomacia deve prevalecer e civis devem ser protegidos, diz secretário da ONU sobre conflito no Irã
EUA atacaram o Irã na noite do sábado (21) em meio a conflito com Israel

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou, neste domingo (22), que a diplomacia deve prevalecer na escalada de conflito entre Israel, Irã e EUA. Durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, Guterres pediu que os civis sejam protegidos em meio ao embate.
Na noite do sábado (21), os EUA atacaram três instalações nucleares do Irã durante uma ofensiva coordenada e mantida em sigilo até sua execução.
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“Esse bombardeio marca o perigo na região já em crise. Também condenei repetidamente o aumento da intensidade militar no Oriente Médio. O povo da região não pode passar por mais um ciclo de destruição. E, ainda assim, agora corremos o risco de entramos num ciclo de retaliação após retaliação. Para evitar isso, a diplomacia deve prevalecer, os civis devem ser protegidos, a navegação segura deve ser garantida”, afirmou Guterres.
O secretário defendeu uma ação imediata para que o conflito acabe e retornem as negociações “sérias sobre o programa nuclear do Irã”. Guterres pediu uma solução que “restaure a confiança”, incluindo o acesso a inspetores da agência atômica como autoridade na área.
Ele também afirmou que o Irã deve respeitar o tratado de não proliferação de armas nucleares. “O tratado de não proliferação é um marco da segurança e paz internacional e o Irã deve respeitá-lo completamente e todos os estados-membro devem agir de acordo com as obrigações da carta da ONU e outras leis”, alegou.
Guterres afirmou ainda que a ONU vai apoiar qualquer ação que busque a paz. Apesar disso, defendeu que a paz “não deve ser imposta”, mas “escolhida”.
“Enfrentamos escolhas: uma vai aumentar o sofrimento e causar danos à ordem internacional. A outra (vai causar) a diminuição da diplomacia e da ordem. Sabemos qual caminho é o correto e este conselho deve agir com razão e urgência. Não devemos desistir da paz”, concluiu.
Há pouco, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que os recentes ataques realizados pelos EUA contra instalações nucleares no Irã foram um ato “necessário” e uma “decisão corajosa”.
Entenda o ataque dos EUA
A operação, batizada de Midnight Hammer (Martelo da Meia-noite), mobilizou bombardeiros B-2 partindo diretamente do território norte-americano e contou com o lançamento de mísseis Tomahawk por um submarino posicionado no Golfo Pérsico.
Durante coletiva no Pentágono, o secretário de Defesa Pete Hegseth afirmou que os bombardeios contra três instalações nucleares iranianas “devastaram o programa nuclear do Irã”.
O general John D. Caine, presidente do Estado-Maior Conjunto, detalhou os meios utilizados: 75 munições guiadas, incluindo 14 bombas GBU-57 — artefatos projetados para perfurar dezenas de metros abaixo do solo, capazes de atingir bunkers fortificados.
O pacote de ataque principal, segundo o miitar era composto por 7 bombardeiros B-2 Spirit” voando 18 horas do continente americano até o Irã com múltiplos reabastecimentos aéreos.
Além disso, aviões de combate destruíram sistemas de defesa aérea iranianos para facilitar o avanço dos bombardeios.
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