O recente ataque com mísseis e drones lançados pelo Irã contra Israel reacendeu o debate sobre a eficácia do sistema de defesa aérea israelense, considerado um dos mais sofisticados do mundo. A ofensiva, que incluiu mais de 100 mísseis balísticos e dezenas de drones, amplia o risco de uma escalada no Oriente Médio e coloca à prova uma rede de proteção construída ao longo de décadas pelo governo israelense.Ao longo das investidas de grupos terroristas como Hamas, Houthis e Hezbollah, Israel já provou que conta com um conjunto de sistemas projetados para enfrentar ameaças de curto, médio e longo alcance. Cada camada cumpre uma função específica, desde a neutralização de foguetes e drones até a interceptação de mísseis balísticos em altitudes elevadas.Conheça alguns desses sistemas de defesa e entenda suas funções estratégicas para Israel:O David’s Sling é responsável por proteger o país contra mísseis de médio e longo alcance, além de foguetes pesados e mísseis balísticos táticos. O sistema utiliza o interceptador Stunner, equipado com dois estágios, capaz de manobrar no meio do voo para acertar alvos que tentam desviar. Essa tecnologia permite lidar com ameaças que voam mais rápido e em trajetórias imprevisíveis. O David’s Sling funciona como uma ponte entre o Domo de Ferro, focado em curto alcance, e os sistemas de interceptação de mísseis de longo alcance.A proteção também se estende ao ambiente marítimo com o C-Dome, a versão naval do Domo de Ferro. Instalado em embarcações militares, o sistema usa os mesmos interceptadores e se integra ao radar do próprio navio, sem depender de sensores externos. Sua função é proteger as embarcações contra drones, foguetes, mísseis de cruzeiro e outras ameaças vindas do mar ou de áreas costeiras.No núcleo do sistema está o Domo de Ferro, que entrou em operação em 2011. Ele foi projetado para interceptar foguetes, mísseis de curto alcance e morteiros, especialmente aqueles disparados de Gaza e de áreas próximas. O radar do sistema calcula rapidamente se o projétil inimigo vai atingir uma área habitada ou infraestrutura crítica. Se houver risco, dispara um míssil interceptador que destrói o alvo no ar. O Domo de Ferro consegue rastrear ameaças em até 70 km de distância e proteger uma área de 150 km², com uma taxa de acerto que Israel afirma ser superior a 90%.Já o sistema Patriot, de fabricação norte-americana, é uma das defesas mais tradicionais e ainda em uso. Desenvolvido inicialmente para interceptar aeronaves, ele ganhou projeção mundial durante a Guerra do Golfo, em 1991, ao derrubar mísseis Scud disparados pelo Iraque. Atualmente, é utilizado contra mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e alvos aéreos. Com alcance de até 160 km, o Patriot funciona como uma camada adicional de proteção, principalmente contra ameaças de longo alcance.Além desses sistemas, Israel conta com o Arrow 2 e Arrow 3, desenvolvidos em parceria com os Estados Unidos. Eles são responsáveis pela interceptação de mísseis balísticos fora da atmosfera terrestre, funcionando como a linha mais externa e estratégica da defesa israelense. Enquanto o Arrow 2 cobre ameaças de médio alcance, o Arrow 3 é projetado para destruir mísseis em altitudes elevadas, inclusive no espaço, reduzindo o risco de detonação de ogivas convencionais ou não convencionais sobre o território.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp