Drones russos na Polônia: entenda o que é o Artigo 4 da Otan acionado nesta quarta
Mecanismo que prevê consultas entre aliados em caso de ameaça à segurança foi acionado pela Polônia, que abateu drones da Rússia
Internacional|Do R7
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A Polônia acionou nesta quarta-feira (10) o Artigo 4 da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) após abater drones russos que invadiram o espaço aéreo polonês durante um grande ataque noturno da Rússia contra a Ucrânia.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o incidente como uma “provocação em larga escala” da Rússia. Esta é a primeira vez que um país membro da Otan dispara contra ativos militares russos desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Tusk disse que 19 objetos identificados como drones foram detectados no espaço aéreo polonês. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que cerca de 24 drones russos podem ter entrado no espaço aéreo da Polônia durante a noite.
Segundo fontes citadas pela agência de notícias Reuters, os drones que representavam ameaça foram abatidos por caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, aviões de vigilância AWACS italianos e aeronaves de reabastecimento da Otan.
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O que é o Artigo 4 da Otan
O Artigo 4 do tratado da Otan prevê que os países membros – atualmente 32 – devem se consultar sempre que a segurança, o território ou a independência política de um deles estiver ameaçada. Essas discussões, realizadas no Conselho do Atlântico Norte, podem levar a decisões ou ações conjuntas.
Desde a criação da Otan, em 1949, o Artigo 4 foi acionado sete vezes, a mais recente em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando oito países do leste europeu pediram consultas.
E o Artigo 5?
Diferentemente do Artigo 4, o Artigo 5 considera um ataque armado contra um membro da Otan como um ataque contra todos, podendo levar ao uso de força armada para restaurar a segurança.
Ele foi invocado apenas uma vez, em 2001, após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, que deixaram 2.977 mortos apenas no dia do atentado – outras 3.767 pessoas morreram de câncer relacionado à tragédia nos anos seguintes.
Como a Ucrânia não é membro da Otan, a invasão russa de 2022 não acionou o Artigo 5, mas especialistas alertam que incidentes como o desta quarta-feira aumentam o risco de escalada, especialmente no flanco leste da aliança.
Ataque noturno
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os drones utilizados no ataque à Ucrânia, com alcance máximo de 700 km, não tinham alvos na Polônia. Autoridades europeias, no entanto, classificaram a incursão como intencional.
Tusk declarou ao parlamento que o incidente colocou a Europa “tão perto de um conflito aberto desde a Segunda Guerra Mundial”, mas ponderou que não há motivos para acreditar que a guerra está iminente.
Durante a operação, o Comando Operacional das Forças Armadas Polonesas orientou moradores de três regiões orientais – próximas da fronteira com a Ucrânia – a permanecerem em casa devido ao risco.
Aeroportos poloneses, um deles utilizado pelas forças armadas para transportar suprimentos à Ucrânia, foram temporariamente fechados, segundo a Reuters.
Zelensky disse que a Rússia utilizou 415 drones e 40 mísseis durante o ataque. Mais de 380 deles foram abatidos. O presidente ucraniano também afirmou que 250 das aeronaves eram do tipo Shahed, conhecidos como “kamikazes”. Ao menos uma pessoa morreu.

Reações internacionais
Líderes europeus condenaram a violação do espaço aéreo polonês. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou o incidente de “sem precedentes” e afirmou que a UE defenderá “cada centímetro quadrado” de seu território.
O presidente da França, Emmanuel Macron, classificou o episódio como “inaceitável”, enquanto o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, o descreveu como “extremamente inconsequente”.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, considerou o incidente “absolutamente irresponsável e perigoso” e fez um apelo direto ao presidente russo: “Putin, pare de violar o espaço aéreo dos aliados”.
A Rússia, por sua vez, negou responsabilidade. Andrey Ordash, encarregado de negócios russo na Polônia, disse à agência estatal RIA Novosti que as acusações são “infundadas” e que a Polônia não apresentou provas de que os drones eram russos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a UE e a Otan acusam a Rússia de provocações “diariamente, sem argumentos”.
Perguntas e Respostas
O que levou a Polônia a acionar o Artigo 4 da OTAN?
A Polônia acionou o Artigo 4 da OTAN após abater drones russos que invadiram seu espaço aéreo durante um ataque da Rússia contra a Ucrânia. Este é o primeiro incidente em que um país membro da OTAN dispara contra ativos militares russos desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Qual foi a reação do primeiro-ministro polonês?
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, classificou o incidente como uma "provocação em larga escala" da Rússia. Ele informou que 19 drones foram detectados no espaço aéreo polonês e que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que cerca de 24 drones russos podem ter entrado na Polônia.
Como os drones foram abatidos?
Os drones que representavam uma ameaça foram abatidos por caças F-16 poloneses, F-35 holandeses, aviões de vigilância AWACS italianos e aeronaves de reabastecimento da OTAN.
O que é o Artigo 4 da OTAN?
O Artigo 4 do tratado da OTAN prevê que os países membros devem se consultar sempre que a segurança, o território ou a independência política de um deles estiver ameaçada. Essas discussões podem levar a decisões ou ações conjuntas.
Quantas vezes o Artigo 4 foi acionado desde a criação da OTAN?
Desde a criação da OTAN em 1949, o Artigo 4 foi acionado sete vezes, sendo a mais recente em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Qual é a diferença entre o Artigo 4 e o Artigo 5 da OTAN?
Diferentemente do Artigo 4, o Artigo 5 considera um ataque armado contra um membro da OTAN como um ataque contra todos, podendo levar ao uso de força armada. O Artigo 5 foi invocado apenas uma vez, em 2001, após os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.
Qual foi a posição da Rússia sobre o incidente?
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os drones utilizados no ataque à Ucrânia não tinham alvos na Polônia, mas autoridades europeias consideraram a incursão intencional. O encarregado de negócios russo na Polônia, Andrey Ordash, negou as acusações e afirmou que a Polônia não apresentou provas de que os drones eram russos.
Como líderes europeus reagiram ao incidente?
Líderes europeus condenaram a violação do espaço aéreo polonês. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chamou o incidente de "sem precedentes". O presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, também criticaram a situação, enquanto o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, fez um apelo ao presidente russo para que pare de violar o espaço aéreo dos aliados.
Quais foram as consequências imediatas do incidente na Polônia?
Durante a operação, o Comando Operacional das Forças Armadas Polonesas orientou moradores de três regiões orientais, próximas da fronteira com a Ucrânia, a permanecerem em casa devido ao risco. Aeroportos poloneses, incluindo um utilizado para transportar suprimentos à Ucrânia, foram temporariamente fechados.
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