Logo R7.com
Logo do PlayPlus

‘É uma falta de respeito propor nova eleição na Venezuela’, diz María Corina

Em entrevista, ela relembrou que, depois da eleição, a ditadura de Maduro apertou a perseguição aos opositores

Internacional|Do Estadão Conteúdo


María Corina Machado e Edmundo González Reprodução/Rede Social/X

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, rejeitou nesta quinta-feira (15) a ideia de novas eleições no país que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a repetir hoje. ”Eu pergunto a vocês. Se não agradar o resultado de uma segunda eleição, vamos por uma terceira? Uma quarta? Uma quinta? Vocês aceitariam isso em seu país?”, disse durante coletiva de imprensa.

“Propor isso é desconhecer o que aconteceu em 28 de julho, é um desrespeitos aos venezuelanos”, completou. ”Vocês aceitariam que seus governos chamassem novas eleições se este não concordasse com os resultados?”, insistiu.

Veja também

María Corina relembrou que, depois do domingo de eleições, a ditadura de Maduro apertou a perseguição aos opositores, com mais de 1.300 pessoas presas, além de relatos de gente desaparecida, ferida e mais de 20 mortos.

Ela também rejeitou a ideia de um governo de coalizão entre a oposição e o chavismo. A líder ressaltou que a oposição defende uma transição democrática com garantias e salvaguardas para as partes envolvidas. “Há uma saída política cumprindo as regras”, afirmou. “Não é um esquema de compartilhar o poder”.


Nesta quinta, o presidente Lula declarou que ainda não reconhece Nicolás Maduro como presidente reeleito na Venezuela e mencionou publicamente pela primeira vez a ideia de novas eleições no país vizinho. “Se ele [Maduro] tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições”, declarou.

O presidente, porém, observou que não é “fácil, nem bom” o presidente de um país dar palpite na política de outra nação. O petista deu as declarações em entrevista à Rádio T, em Curitiba.


”[Maduro pode] estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário que participe todo mundo, e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro para ver as eleições”, declarou o presidente brasileiro.

María Corina, por outro lado, afirmou que a melhor opção de Maduro “é aceitar os termos de uma transição democrática”.


A ideia de aventar a possibilidade de uma nova eleição na Venezuela tem sido plantada por aliados do regime chavista, mas é vista com ceticismo pela maioria da comunidade internacional, que vê na estratégia uma armadilha que poderia ser apoiada por Brasil, Colômbia e México para dar a Maduro um respiro político.

O chavismo declarou Maduro vitorioso nas eleições de 28 de julho sem nunca ter apresentado as atas de votação que comprovariam os resultados. A posição, por outro lado, publicou na internet mais de 25 mil atas, cerca de 83% do total, que respaldaria a vitória de Edmundo González Urrutia por mais de 60%.

Questionada sobre a reunião entre os chanceleres do Brasil e da Colômbia hoje, a líder opositora disse que prefere não especular os resultados, mas ressaltou o papel de ambos os países - cujos presidentes são próximos de Maduro - ao possuírem um canal de comunicação com o chavismo.

Ela também comentou o afastamento recente do México da coalizão com Brasil e Colômbia para mediar a crise venezuelana. “Respeito a posição de cada país, não tive comunicação com o governo mexicano, embora tenhamos tentado. Mantivemos contato constante com Brasil e Colômbia, assim como outros países da América Latina.”

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.