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Em nove meses de guerra, Brasil emite 480 vistos de residência para ucranianos; 64 para crianças

Paraná é o estado com o maior número de pedidos; conflito deixou mais de 15,4 milhões de deslocados

Internacional|Letícia Sepúlveda, do R7

Mulher segura criança enquanto aguarda embarque em trem para se refugiar na Polônia
Mulher segura criança enquanto aguarda embarque em trem para se refugiar na Polônia Mulher segura criança enquanto aguarda embarque em trem para se refugiar na Polônia

Com a invasão russa à Ucrânia, que completa nove meses nesta quinta-feira (24), muitos ucranianos se viram na difícil situação de deixar tudo para trás para poder sobreviver aos ataques do inimigo.

Neste contexto, alguns deles escolheram o Brasil como sua nova casa. Segundo levantamento da Polícia Federal concedido ao R7, 480 ucranianos, entre eles 64 crianças, entraram com pedido de residência permanente no país desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.

O estado do Paraná tem o maior número de pedidos, 153 no total, seguido por São Paulo, com 146, e Rio de Janeiro, com 27 solicitações. Na lista, há 296 mulheres e 184 homens.

Muitos das pessoas que deixaram a ucrânia para fugir da guerra abandonaram também suas carreiras. Muitos que vieram para o Brasil trabalhavam como médicos, advogados, arquitetos e professores no país de origem.

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De acordo com a Representação Central Ucraniano-Brasileira, há cerca de 600 mil descendentes de ucranianos no país, sendo que 81% residem no Paraná.

No estado, 75% dos habitantes da cidade de Prudentópolis são descendentes de imigrantes ucranianos. A região recebeu a colônia no fim do século 19 e se consolidou como referência no Brasil da cultura ucraniana.

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O país, entretanto, não é um dos principais destinos procurados pelos ucranianos, já que na maioria das vezes os refugiados procuram um país de fronteira por conta de facilidades como idioma e proximidade cultural.

A jornalista Edna Nunes, fundadora do projeto social "Embaixada Solidária", que acolhe estrangeiros em busca de uma vida digna em Toledo, no interior do Paraná, explica que "países com comunidades ucranianas mais expressivas conseguiram ofertar uma melhor estrutura para os refugiados."

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"Não faltou quem acolhesse os ucranianos, mas a mesma situação não acontece com os demais refugiados, como haitianos e venezuelanos, talvez até pela lei de refúgio e pelos tratados entre os países."

Para ela, "o Brasil deveria olhar para o migrante como um componente, não como uma pessoa que vai embora. O país precisa ter políticas eficazes que permitam que essas pessoas permaneçam."

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Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, recebeu mais de 1,5 milhões de pessoas.

Apenas a Rússia recebeu mais ucranianos que o país: 2,8 milhões de refugiados. Mas há denúncias de deslocamentos forçados. Em nove meses, o conflito deixou mais de 15,4 milhões de deslocados.

Entre as dificuldades que os refugiados enfrentam ao chegar em um novo país, estão a busca por emprego, residência e o aprendizado do idioma local, além do preconceito, que torna a tentativa de se estabelecer ainda pior.

"É uma vida que precisa começar do zero. O processo psicológico de uma migração forçada é terrível e a situação das mulheres é muito pior, porque são expostas a muitas violências e algumas passam por esse processo antes de chegar ao Brasil", explica Edna Nunes.

"Os refugiados enfrentam muitas dificuldades. Por conta da barreira do idioma, eles não conseguem ser inseridos nas políticas públicas, acessar a educação e o mercado de trabalho."

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