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Embaixador diz que Israel vai dar ‘certa’ resposta, mas que país não tem interesse em guerra total

Daniel Zonshine avalia que alguma resposta será necessária, já que países não mantêm relações diplomáticas

Internacional|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine
embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine Marcos Oliveira/Agência Senado

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, afirmou na noite deste domingo (14) que Israel deve responder aos ataques do Irã de alguma forma, apesar de o país não ter interesse em uma guerra total no Oriente Médio. Zonshine, que está em Ramat Gam, em Israel, a cerca de 7km da capital Tel Aviv, conversou com o R7 e a RECORD por chamada de vídeo. As agressões iranianas contra Israel ocorreram em resposta ao ataque israelense contra o consulado iraniano, no início do mês.

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“Do meu entendimento, não há interesse de ninguém em chegar a uma guerra total em todo o Oriente Médio, nem de Israel e espero também que dos outros. Vamos ver que tipo de reação Israel vai ter, em que lugar, em qual intensidade e quando vai acontecer, mas uma certa resposta israelense vai ter antes de podermos dialogar”, declarou o embaixador.

Para Zonshine, como Irã e Israel não mentém relações diplomáticas, as conversas precisam ocorrer de modo “indireto”, como é feito nas negociações para libertação dos sequestrados pelo grupo terrorista Hamas. “Há ainda mais de 130 reféns nas mãos do Hamas, o que também [negociações] não pode ser direto. Temos desafios aqui no Oriente Médio”, avaliou.

Na avaliação do embaixador, os ataques do Irã feitos entre a noite desse sábado (13) e a madrugada deste domingo (14) representam uma nova escalada do conflito na região, desencadeado em outubro do ano passado. “É muito grave, acho que não é só uma preocupação de Israel, mas para a zona e o mundo todo. Desestabiliza toda a zona”, completou.


“Temos esperança de que não vamos chegar a uma situação em que todo o Oriente Médio esteja em guerra. Seria uma situação bem grave. O diálogo pode ser em algumas fases”, comentou, sem citar explicitamente entre quem essas conversas poderiam ocorrer.

Não sei que tipo de reação, de diálogo podemos ter. Uma coisa que é muito importante é mostrar que não é aceitável e que não devem tentar mais uma vez fazer esse tipo de ataque. Temos que balançar a intenção de mostrar para os aliados o que devemos mostrar e, de outro lado, manter essa coalizão e tipo de cooperação que temos, principalmente com os americanos.

Zonshine classifica as agressões do Irã contra Israel como “inaceitáveis”. “O fato de não termos tido vítimas não foi porque não era a intenção deles. Mandar 300 drones e mísseis, isso é com intenção de matar, criar danos e fazer vítimas. O fato de não ter acontecido foi pelo bom desempenho do nosso sistema e a cooperação com os aliados, o principal os Estados Unidos”, ponderou.


Ele não descarta novos ataques iranianos, principalmente por conta de uma eventual contraofensiva israelense. “Não sabemos o que vai acontecer. Por exemplo, as atividades educacionais foram canceladas até amanhã [segunda-feira (15)] fim do dia, para evitar qualquer possibilidade de danos ou vítimas devido a um [novo] ataque iraniano. A vida parou um pouco aqui em Israel, mas pelo menos tivemos sucesso de 99% de interceptação dos mísseis dos iranianos, o que dá um pouco de leveza porque sabemos que a habilidade das nossas forças de defesa com os aliados conseguiram bloquear esse ataque. Então, não sabemos o que vai acontecer amanhã, mas estamos um pouco mais aliviados nesse sentido, agora”, declarou.

Sem consenso

As autoridades de defesa de Israel concordam que o país deve responder aos ataques do Irã, mas discordam a respeito de quando e como a retaliação deve ser feita, de acordo com a imprensa do país. Segundo o ministro do Gabinete de Guerra israelense, Benny Gantz, o país vai “cobrar o preço” das agressões da “maneira e no momento que convier”.


A mídia internacional do Oriente Médio aponta que os integrantes do Gabinete de Guerra de Israel estão divididos. Parte deles defende que o país responda com força, enquanto membros mais moderados argumentam que o momento exige uma abordagem equilibrada, para evitar uma escalada do conflito na região.

Segundo um jornal local de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estava decidido a contra-atacar o Irã já na manhã deste domingo (14), mas desistiu depois de conversar por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Ele teria dito a Netanyahu que os Estados Unidos não vão participar de eventual contraofensiva de Israel ao Irã.

A fala de Gantz teria demonstrado que Israel não deve responder às agressões imediatamente. “Esse evento não terminou. A aliança estratégica e o alinhamento de cooperação regional devem ser fortalecidos, especialmente agora”, destacou o ministro israelense. O Gabinete de Guerra de Israel reuniu-se na manhã deste domingo (14), no horário de Brasília, para discutir uma resposta aos ataques do Irã.




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