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Equador: indígenas exigem volta de subsídio para negociar com governo

Lideranças de movimentos querem que o presidente Lenín Maduro retome subsídio aos combustíveis para negociar fim das manifestações

Internacional|Da EFE

Manifestantes com a bandeira do Equador durante confronto com a polícia
Manifestantes com a bandeira do Equador durante confronto com a polícia Manifestantes com a bandeira do Equador durante confronto com a polícia

Manifestantes indígenas que protestam contra o governo do Equador há mais de uma semana afirmaram nesta sexta-feira (11) que só dialogarão com o presidente do país, Lenín Moreno, depois da revogação do polêmico decreto que pôs fim aos subsídios a combustíveis e provocou as manifestações.

Em comunicado, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que tem 10 mil pessoas mobilizadas em Quito, colocou a revogação do decreto 883 como condição aceitar a oferta de diálogo feita por Moreno mais cedo.

Violência contra ocupação

A resposta da Conaie foi divulgada pouco depois de a Polícia Nacional do Equador ter lançado várias bombas de gás lacrimogêneo contra a parte externa da Assembleia Nacional, local onde os manifestantes indígenas estavam reunidos de maneira pacífica.

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Policial dispara bomba contra manifestantes no centro de Quito
Policial dispara bomba contra manifestantes no centro de Quito Policial dispara bomba contra manifestantes no centro de Quito

As forças de segurança lançaram um grande número de bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que estavam em uma parte da escada principal do edifício, sem fazer distinção entre as pessoas que se reuniam no local.

Abertura de diálogo

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Pouco antes, pela primeira vez desde o início dos protestos, Moreno propôs dialogar ele próprio com as lideranças indígenas sobre o polêmico decreto. "Ponhamos nossas mãos na solução das diferenças", disse o presidente em um vídeo.

Leia também: Durante conflito, gás lacrimogêneo atinge maternidade no Equador

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Moreno adotou um discurso direto, mas distante do tom veemente da última mensagem à nação, feita no último domingo. "Faço um apelo aos líderes para dialogarem diretamente comigo", declarou o presidente equatoriano, além de ressaltar que "o país deve recuperar a calma".

Falta de resultados

No entanto, a Conaie lembrou que já participou de um diálogo com o governo há dois anos. Para o movimento indígena, as negociações não produziram resultados concretos.

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"O diálogo que o governo procura se sustentou durante esse processo de resistência em um dos piores massacres da história do Equador, uma violência exarcebada imposta pela polícia e pelos militares", afirmou o movimento indígena.

Os principais organizadores dos protestos no país responsabilizaram a ministra de Governo, María Paula Romo, e o ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, pela repressão às manifestações.

Protestos e repressão

Desde o início das manifestações, cinco pessoas morreram e mais de 1 mil ficaram feridas ou foram detidas, segundo a Defensoria do Povo do Equador.

Embora a resistência ao decreto esteja concentrada em Quito, para onde viajaram milhares de indígenas de diferentes partes do país, também há registro de episódios de violência em outras regiões.

A onda de protestos começou com o fim do subsídio sobre a compra de combustíveis no país, uma decisão tomada por Moreno para ampliar a arrecadação do governo. A medida visava satisfazer as condições impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para conceder uma linha de crédito de US$ 10 bilhões ao país.

Enquanto isso, em Bruxelas, onde está exilado, o ex-presidente equatoriano Rafael Correa enviou uma mensagem de solidariedade às vítimas e aos feridos pelas redes sociais.

No vídeo, Correa afirma que o governo de seu ex-vice-presidente está acabado pela "própria traição e mediocridade" de Moreno.

Veja imagens dos protestos desta sexta-feira (11)

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