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Erro judiciário: homem condenado injustamente por estupro é solto após quase 30 anos nos EUA

Patrick Brown foi acusado de violentar a enteada de seis anos; ela mesma insistia que o homem não era o autor do crime

Internacional|Do R7

Patrick Brown se reúne com a família do lado de fora do tribunal onde foi solto, na segunda-feira (8)
Patrick Brown se reúne com a família do lado de fora do tribunal onde foi solto, na segunda-feira (8) Patrick Brown se reúne com a família do lado de fora do tribunal onde foi solto, na segunda-feira (8)

Patrick Brown, um homem de 49 anos que passou quase 30 anos na prisão por estupro, foi solto nesta semana segurando o "papel da liberdade" que ele afirmou ter esperado por toda a vida. Brown foi condenado injustamente em 1994 por violentar a enteada de seis anos, o que agravou ainda mais a condenação. O caso ocorreu em Nova Orleans, no estado americano da Louisiana.

Segundo o tabloide The Mirror, a própria vítima insistiu repetidamente que Brown não era o autor do crime, informou o promotor distrital da paróquia de Orleans, Jason Williams. O homem foi condenado pelo testemunho de adultos, que pontuaram "o que eles acreditavam" que a menina tinha dito.

Ao sair do tribunal, na segunda-feira (8), quando foi libertado, Brown segurou firme a ordem judicial. "É isso", disse ele, emocionado. "Este é o papel da liberdade que eu esperei por toda a minha vida."

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Membros da família se reuniram do lado de fora do tribunal, enquanto Brown saía como um homem livre. Segurando o papel, ele disse: "Vou arranjar um porta-retratos para este papel."

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A mulher, agora adulta, protestou contra a inocência de Brown por anos. O promotor do caso conta que ela estava em campanha desde 2002, pedindo às administrações que revissem o caso, "corrigissem a injustiça e processassem legitimamente o verdadeiro perpetrador" — que ela alega ser outro membro da família. Na segunda-feira, a mulher relatou ter escrito mais de 100 cartas para promotores e funcionários do tribunal, alertando sobre a justiça contra o padrasto, mas ninguém a ouviu.

A chefe da Divisão de Direitos Civis, Emily Maw, afirmou que o caso "apresenta múltiplas injustiças". Ela ressaltou, no processo judicial, que "o homem errado está na prisão há 29 anos", "o homem certo não foi totalmente investigado e processado" e "esta vítima sofreu não apenas o profundo trauma da agressão sexual infantil, mas o trauma de saber que o homem errado está preso há quase três décadas enquanto o homem que a estuprou está em liberdade". "Este é o caso de finalmente ouvir uma mulher que, por mais de vinte anos, vem dizendo ao Estado que o homem errado está na prisão", concluiu.

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O juiz Calvin Johnson concordou. Antes de assinar a ordem que concedeu a liberdade a Brown, Johnson destacou que o Estado foi cúmplice do dano e do "horror" que a mulher sofreu. "Isso é um erro do qual todos nós — todos nós — somos culpados", afirmou ele.

No tribunal, a vítima caiu de joelhos quando o juiz Johnson anunciou que Brown iria para casa. Quando ela conseguiu se levantar novamente, abraçou o homem que via como um pai.

"Obrigado por ouvir, finalmente", disse a mulher. "Obrigado por me ouvir. Obrigado por me ajudar a dizer a verdade. Obrigado por ajudar nossa família a se curar. Obrigado por me devolver meu pai."

O caso de Brown é a décima sexta vez que uma condenação por estupro da Louisiana foi anulada desde 1991. O estado americano tem a maior incidêcia de condenações injustas em todo o país, de acordo com o Registro Nacional de Exoneração da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan.

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