Ex-chefe da campanha de Trump ocultou riqueza, dizem promotores
Afirmações ocorreram no início do primeiro julgamento decorrente de uma investigação sobre a interferência russa na eleição de 2016 nos EUA
Internacional|Do R7

Promotores dos Estados Unidos retrataram nesta terça-feira Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um homem que escondeu sua riqueza de trabalhos políticos na Ucrânia, com o início do primeiro julgamento decorrente de uma investigação sobre a interferência russa na eleição de 2016 nos EUA.
Manafort sentia que leis fiscais e bancárias não se aplicavam a ele, afirmou um promotor na declaração de abertura do governo, dizendo ao júri no tribunal federal da Virgínia que Manafort abriu mais de 30 contas bancárias em três países do exterior para "receber e esconder" renda.
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Um advogado de defesa pintou uma imagem drasticamente diferente de Manafort e deixou claro que ele irá atrás de uma das principais testemunhas do governo, o ex-associado de Manafort, Rick Gates.
Gates se declarou culpado em fevereiro de conspirar contra os Estados Unidos e mentir para investigadores, e concordou em cooperar com a investigação.
"Este caso é sobre impostos e confiança", disse o advogado da defesa Thomas Zehnle a membros do júri. "Sua confiança em Rick Gates foi errada", disse Zehnle, alegando que Gates havia desviado milhões de dólares de Manafort.
Manafort enfrenta 18 acusações, que estão centradas no fato de que escondeu grande parte dos 60 milhões de dólares que recebeu na Ucrânia em contas bancárias no exterior e não pagou impostos por elas.
O procurador Uzo Asonye, membro da equipe do procurador especial Robert Mueller, disse sobre Manafort: "Um homem neste tribunal acreditava que a lei não se aplicava a ele".
Mais cedo nesta terça-feira, procuradores e advogados da defesa selecionaram um júri de 12 membros para ponderar o destino de Manafort, de 69 anos, que sentou no tribunal usando um terno escuro, camisa branca e gravata.
O advogado da defesa Zehnle pediu para Manafort se levantar e defrontar o júri, chamando-o de "um bom homem" e um talentoso consultor político.
Mas Asonye disse a membros do júri que evidências irão mostrar que Manafort escondeu "dezenas de milhões em renda no exterior" para evitar pagar impostos e que evidências irão mostrar que ele mentiu à receita federal.
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Asonye disse que Manafort criou mais de 30 contas bancárias em países do exterior e afunilou milhões de dólares para elas para poder bancar um estilo de vida extravagante. O procurador descreveu como Manafort conseguiu caras propriedades nos Estados Unidos, gastou milhões de dólares na renovação de suas propriedades e mais de meio milhão de dólares em "roupas chiques".
O tribunal por fraude fiscal e bancária representa o primeiro teste das habilidades de Mueller em conseguir uma condenação de um ex-assessor de Trump. Três outros assessores, incluindo Gates, por muito tempo parceiro de negócios de Manafort, já se declararam culpados e estão cooperando com a investigação de Mueller.
Procuradores estão tentando fornecer detalhes sobre o trabalho de Manafort para um partido político pró-Rússia na Ucrânia, aumentando a possibilidade de novas informações surgirem sobre suas ligações com a Rússia. Manafort apresentou uma moção para que detalhes deste trabalho sejam excluídos do julgamento.
Procuradores também acusam Manafort de mentir para bancos norte-americanos para obter empréstimos imobiliários em uma tentativa de manter um esbanjador estilo de vida após seu cliente, o ex-presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovych, cair do poder em 2014 e o dinheiro cessar.
Mueller foi nomeado pela autoridade número 2 do Departamento de Justiça dos EUA no ano passado para assumir uma investigação do FBI sobre o papel da Rússia na eleição presidencial de 2016 e se houve coordenação ilegal entre a campanha de Trump e Moscou.
Manifestantes inflaram nesta sexta-feira (13) um balão de seis metros com a figura do presidente Donald Trump em protesto à visita do americano ao Reino Unido, que começou na quinta-feira (12). As informações são da agência de notícias Reuters
Manifestantes inflaram nesta sexta-feira (13) um balão de seis metros com a figura do presidente Donald Trump em protesto à visita do americano ao Reino Unido, que começou na quinta-feira (12). As informações são da agência de notícias Reuters