Família de homem morto por policial em Atlanta pede mudanças
Rayshard Brooks, um homem negro, foi assassinado na última sexta-feira (12). Cidade se tornou novo foco de protestos contra racismo nos EUA
Internacional|Da EFE

A família de Rayshard Brooks, homem negro que foi morto pela polícia na última sexta-feira (12) em Atlanta, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos, exigiu uma mudança na aplicação da lei para acabar com a violência policial contra afro-americanos.
"Não estamos apenas feridos, estamos com raiva", declarou a sobrinha de Brooks em uma entrevista coletiva com a presença de vários parentes da vítima. "Quando isso vai parar? Não estamos pedindo justiça, estamos pedindo mudança", exigiu.
Após o caso de Brooks, Atlanta se tornou neste fim de semana um novo foco dos protestos contra a brutalidade policial e o racismo, que vêm sendo realizados em todo o país há três semanas. O homem de 27 anos foi morto a tiros na noite da última sexta por um policial depois de resistir à prisão por dirigir embriagado.
A morte, capturada por três câmeras de vídeos diferentes, levou à demissão da chefe de polícia da cidade, Erika Shields, no dia seguinte. O oficial branco que atirou em Brooks, identificado como Garrett Rolfe, foi demitido e o agente que o acompanhava, Devin Bronsan, perdeu a licença administrativa.
"Não estou pedindo apenas que Atlanta esteja conosco, estou pedindo que a nação inteira esteja conosco", declarou a sobrinha.
Mudança na mentalidade dos policiais
O advogado da família, Chris Steward, afirmou que o que os parentes estão exigindo não é apenas mudanças nas leis e na política, mas uma mudança na mentalidade dos policiais.
Nesse sentido, o advogado classificou como "imprudente" a decisão dos agentes de abrirem fogo contra Brooks em um estacionamento cheio de pessoas e ressaltou que algumas balas perdidas atingiram um veículo com uma família dentro dele, sem que mais vítimas fossem registradas.
Em uma coletiva de imprensa emocionante, Steward também lembrou que a morte de Brooks coincidiu com o oitavo aniversário de sua filha, que o esperava no sábado para comemorá-lo e que estava presente durante a aparição dos parentes à imprensa.
A viúva do rapaz, Tomika Miller, também discursou com as três filhas para agradecer o apoio recebido e para convocar os manifestantes que saíram às ruas a condenar a violência policial contra negros e protestarem de forma pacífica.
Uma prima de Brooks disse que a única maneira de conseguir justiça será com condenações por assassinato, mas ressaltou: "A verdadeira justiça nunca prevalecerá porque nunca poderemos trazer Rayshard Brooks de volta à vida".
A morte de Brooks aconteceu duas semanas e meia depois da de George Floyd, sufocado por um policial branco no último dia 25 em Minneapolis, provocando uma onda de protestos em todo o território americano.