França proíbe estrangulamento como técnica de detenção policial
Técnica também não será mais ensinada em colégios de polícia e gendarmaria. Decisão é para tentar controlar protestos contra racismo no país
Internacional|Da EFE

O ministro do Interior da França, Christophe Castaner, anunciou nesta segunda-feira (8) a proibição da polêmica prática de estrangulamento como técnica de detenção policial, a mesma utilizada contra George Floyd nos Estados Unidos.
Esta técnica "não será ensinada nos colégios de polícia e gendarmaria, é um método que gera riscos", informou o ministro em entrevista coletiva. A pedido do presidente, Emmanuel Macron, Castaner antecipou algumas decisões derivadas de uma reflexão iniciada no início do ano sobre a deontologia as forças da ordem.
O governo francês tenta assim aliviar os protestos contra a violência policial e a discriminação racial, que se espalharam pelos EUA nos últimos dias e se replicaram em outros países. Em Paris, as manifestações reuniram cerca de 20 mil pessoas.
O racismo não tem lugar em nossa sociedade, muito menos em nossas forças da ordem. Não basta exigir exemplo, é preciso proporcionar os meios", disse Castaner, que defendeu a corporação, mas admitiu que existem agentes racistas.
Tolerância zero
O governo insistiu que haverá "tolerância zero" com o racismo nas forças da ordem. Para combater a discriminação, a promessa é melhorar a formação inicial e contínua dos agentes, que incluirá uma "sensibilização contra a discriminação".
Os protestos têm denunciado controles arbitrários de identificação quando se trata de pessoas negras. Castaner explicou que, na quinta-feira passada, instruiu todos os serviços a se lembrarem de como é feito o controle de identificação e evitar que isso seja usado como "desculpa".
Também será reforçado o uso de câmeras portáteis nos controles, assim como a necessidade de os agentes usarem as próprias identificações em lugeres visíveis. Qualquer comportamento racista dentro das corporações pode acarretar uma "suspensão sistemática".