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Governo de Biden deportou mais brasileiros do que o primeiro mandato de Trump

Ao todo, gestão do democrata expulsou 7.268 pessoas sem documentação no país norte-americano

Internacional|Do R7

Mais de 7 mil brasileiros foram deportados na era Biden Reprodução/ICE Office of Public Af - 7.10.2020

Relatórios do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA, em tradução) mostram que o governo de Joe Biden deportou mais brasileiros do que o primeiro mandato de Donald Trump. Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2025, a gestão do democrata expulsou 7.268 pessoas do Brasil, enquanto o primeiro governo do republicano, entre 2017 e 2020, deportou 6.771 brasileiros. O último voo a chegar ao Brasil trouxe 88 pessoas, entre crianças e idosos. Este voo não faz parte da nova gestão, uma vez que Brasil e EUA mantêm um acordo de deportação desde 2017.

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Os dados também mostram que, desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram 3.654 brasileiros deportados entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025. Neste ano, o primeiro voo trouxe 100 cidadãos expulsos do país norte-americano por falta de documentação.

O processo, porém, causou um mal-estar com o governo brasileiro, já que os últimos passageiros chegaram ao aeroporto de Manaus (AM) algemados. O plano inicial era que a aeronave pousasse no terminal de Confins (MG), mas o avião apresentou problemas técnicos. Diante dessa situação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal retirasse as algemas, além de realizar o acolhimento dos passageiros.

Segundo Lewandowski, a determinação partiu do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) concluiu o trajeto previsto e pousou no estado mineiro neste sábado (27).


Itamaraty

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que se reuniu com autoridades da PF e da Aeronáutica, em Manaus e em Brasília, para compilar informações sobre o “tratamento degradante dispensado aos brasileiros e brasileiras algemados, nos pés e nas mãos, em voo de repatriação do ICE, com destino a Belo Horizonte.”

“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos do acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados.”


Além disso, o ministério afirmou que o voo foi impedido de continuar devido ao tratamento e ao mau estado da aeronave, além do sistema de ar condicionado estar com pane.

O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. “O Ministério das Relações Exteriores vai encaminhar um pedido de esclarecimento ao governo norte-americano e segue atento às mudanças nas políticas migratórias naquele país, de modo a garantir a proteção, segurança e dignidade dos brasileiros ali residentes.”


A volta de Trump

De volta à Casa Branca, Trump endurece o discurso e já começa uma megaoperação para identificar e deportar imigrantes ilegais.

Segundo o presidente norte-americano, as ações são necessárias para “proteger os EUA e a população norte-americana de invasões.”

O que muda?

O documento autoriza quaisquer ações necessárias para imediatamente “repelir, repatriar e remover” imigrantes ilegais da fronteira sul. “Pelo exercício de sua autoridade por meio do Ato de Nacionalidade e Imigração e pela Constituição dos EUA, o presidente Trump está autorizando e determinando que os departamentos de Segurança Nacional, Justiça e Estado tomem todas as ações necessárias para imediatamente repelir, repatriar e remover imigrantes ilegais na fronteira sul dos Estados Unidos”, diz o texto do governo norte-americano.

As medidas relacionadas aos imigrantes têm sido priorizadas por Trump logo no início do governo, como prometido por ele. Nas primeiras horas da nova gestão, o republicano também pôs fim à cidadania por nascimento, política atualmente em vigor que garante que bebês nascidos no país sejam cidadãos norte-americanos automaticamente. Na prática, o texto — que não é retroativo — encerra a concessão do documento a filhos de imigrantes que nascem em solo norte-americano.

Prisões em escolas e igrejas

Trump também autorizou a prisão de imigrantes ilegais até mesmo em igrejas e escolas. Essas áreas eram consideradas “sensíveis” e, por isso, não eram alvo de agentes de fiscalização.

Como uma das primeiras medidas do novo mandato, o republicano revogou duas diretrizes para combater a imigração ilegal nos Estados Unidos.

A primeira impedia a aplicação da lei nas chamadas áreas “sensíveis”. A segunda muda a forma de aplicação da liberdade condicional humanitária, que concede permissão temporária para entrar nos EUA por razões humanitárias. Agora, os pedidos voltarão a ser analisados caso a caso.

Conteúdo em espanhol

Um dia após a posse, o governo de Trump removeu do ar a versão em espanhol do site oficial da Casa Branca. A página, que estava disponível na URL https://www.whitehouse.gov/es/, agora exibe uma mensagem de “Erro 404”. Além disso, o perfil oficial da Casa Branca em espanhol no X (antigo Twitter), @LaCasaBlanca, e a página governamental sobre liberdade reprodutiva também foram desativados.

Por outro lado, versões em espanhol de outros sites governamentais, como os dos Departamentos de Trabalho, Justiça e Agricultura, permaneceram acessíveis.

Na página inicial do site da Casa Branca, um botão direciona os usuários a uma montagem em vídeo destacando momentos da campanha e do início do mandato de Trump. A decisão gerou críticas de grupos de defesa dos direitos hispânicos, que questionaram a falta de esforços para manter uma comunicação efetiva com a comunidade latina — público que desempenhou um papel importante em eleições passadas.

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