Hospitais venezuelanos relatam atos de violência, diz ONG
Pesquisa mostrou também que um terço dos leitos hospitalares não está operacional. 'Situação tende a piorar', afirmou médico
Internacional|Do R7
Cerca de 45% dos hospitais públicos na Venezuela denunciam atos de violência, como roubo ou fuzilamento, enquanto 62% dos médicos afirmam ter sofrido agressões de familiares de pacientes, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (29) pela organização não-governamental Médicos por la Salud.
O relatório da ONG venezuelana também mostrou que um terço dos leitos hospitalares não está operacional, que mais da metade dos centros têm falhas no serviço de eletricidade e água e que 95,6% têm aparelhos de tomografias inoperantes.
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A escassez de medicamentos e equipamentos, juntamente com a falta de água e energia, e a migração maciça de pessoal médico devido aos baixos salários atingiram o setor de saúde do país, submerso numa prolongada crise econômica.
O Ministério da Comunicação não respondeu a um pedido de comentários sobre o relatório.
No país existem pelo menos 300 hospitais públicos e ambulatórios com cerca de 44 mil leitos, além de cerca de 2.500 centros privados, segundo dados da Federação Médica Venezuelana.
Nos hospitais, "a situação (tende) a se deteriorar ao longo do tempo, mesmo em meses", disse Julio Castro, que faz parte do grupo de médicos que criou o Médicos por la Salud em 2014 para defender o direito à saúde.
O estudo consultou neste mês médicos de 40 grandes hospitais dos 23 Estados do país em questões como falta de suprimentos em pronto-socorros, serviços e até violência e insegurança. Este último ponto foi avaliado pela primeira vez desde que os relatórios começaram em 2014.
Castro acrescentou que no estudo eles não investigaram os detalhes da violência nos hospitais e contra o pessoal médico..