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'Ilha dos ursos polares' já foi palco de testes de megabomba soviética

Arquipélago de Novaya Zembla, na Rússia, foi usada como base militar na Guerra Fria e fez experimento de Tsar Bomb, a mais poderosa do mundo

Internacional|Giovanna Orlando, do R7

Ilha de Novaya Zembla foi usada para testes nucleares
Ilha de Novaya Zembla foi usada para testes nucleares

A ilha de Novaya Zembla, no norte da Rússia, ficou conhecida esta semana pela explosão da população de ursos polares, que invadiram a cidade de Belushya Guba atrás de comida. Porém, esta não é a primeira explosão que o pequeno arquipélago já viu.

Formado por duas ilhas, a de Severny, ao norte, e Yuzhny, ao sul, separadas pelo estreito de Matochkin e algumas ilhas adjacentes, o arquipélago foi escolhido pela extinta União Soviética como palco de testes nucleares no século 20.

Antes de ser ocupada como área de testes, a região era conhecida pelos russos desde o século XI, quando caçadores se alojaram ali. A ilha voltou ao mapa em 1947, quando se tornou base militar russa e a área de testes nucleares durante a Guerra Fria. Enquanto os Estados Unidos preferiam fazer os experimentos no estado de Nevada e no Pacífico Sul, a União Soviética focou nas regiões inabitadas do deserto do Cazaquistão, Sibéria e a deserta ilha no círculo ártico.

Ilha foi usada para teste da Bomba Czar
Ilha foi usada para teste da Bomba Czar

Cerca de 224 testes foram realizados em Novaya Zembla entre os anos 1955 e 1999, quando os russos desativaram a base militar. Entre os experimentos realizadas, estava a bomba de hidrogênio conhecida como Bomba Czar, a maior explosão registrada na história.


O teste foi realizado no dia 30 de outubro de 1961, e tinha uma força equivalente a 57 milhões de toneladas de explosivos, mais de 3 mil vezes mais forte que a bomba lançada pelos Estados Unidos na cidade japonesa de Hiroshima, em agosto de 1945.

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Em outubro de 2018, expedições de pesquisadores russos se dirigiram até as geleiras do arquipélago, que estão derretendo, para investigar e monitorar os níveis de radioatividade da ilha.


Contêineres com rejeitos radioativos e outros materiais usados na época dos testes foram encontrados na região e intrigaram os pesquisadores para riscos de vazamento dos materiais, porém nenhum estava aberto ou vazando. Alguns contêineres foram encontrados a 400 metros de profundidade com grandes quantidades de rejeito radioativo e destruídos, segundo a agência de notícias russa TASS.

Porém, a maior preocupação dos pesquisadores é a alta radioatividade presente nas geleiras e o risco do gelo contaminado derreter e chegar ao mar. A maior parte das bombas foi detonada na parte norte do arquipélago e o resto da radioatividade foi levada pelo vento. Segundo o diretor do Instituto de Oceanologia russo Mikhail Flint, os níveis radioativos na região são altos e preocupantes.

Atualmente, o arquipélago tem cerca de 3 mil habitantes e é destino de diversas expedições. Os vilarejos se concentram em Yuzhny, a ilha do sul, enquanto o norte está desabitado. A cidade de Belushya Guba conta com 1.972 moradores, segundo dados divulgados em 2010 e é a mais populosa de Novaya Zembla.

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