Irã repudia inclusão de Hezbollah na lista de terroristas britânica
Porta-voz do ministério afirmou que a medida do Reino Unido 'ignora a legitimidade e o status legal do Hezbollah na política do Líbano
Internacional|Do R7

O Ministério das Relações Exteriores do Irã repudiou, neste sábado (2), a decisão do Reino Unido de colocar o grupo xiita libanês Hezbollah na lista de terroristas e ressaltou que a organização é vista por Teerã como "um grupo legítimo e legal".
"A medida do Reino Unido ignora deliberadamente uma grande parte do povo libanês, a legitimidade e o status legal do Hezbollah na estrutura administrativa e política do Líbano", disse em comunicado o porta-voz do ministério, Bahram Qasemi.
Qasemi declarou que a decisão "chega em um momento no qual o Hezbollah tem uma base social e popular muito grande e, como outros partidos no Líbano, participa das eleições e atividades oficiais, incluindo as eleições municipais e os sindicatos, e tem uma presença ativa e construtiva".
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O porta-voz enfatizou que atualmente o Hezbollah tem várias cadeiras no Parlamento, está presente no gabinete de governo e "devido à sua brilhante história em defesa à soberania e integridade territorial do Líbano contra a ocupação e agressão sionista é respaldado por uma ampla gama de forças no país e na região".
"O próprio Hezbollah foi e é vítima do terrorismo sionista e takfiri (extremistas sunitas). Durante a última década, foi um dos pilares e elementos-chave da luta contra o terrorismo e a derrota dos grupos terroristas na região, incluindo o Estado Islâmico", analisou.
A medida do Reino Unido que entrou em vigor na sexta-feira estabelece como crime punível com até dez anos de prisão ser membro ou incitar ao apoio desta organização.
O braço militar do Hezbollah já estava proscrito no Reino Unido, mas não a parte política, embora segundo o ministro do Interior britânico, Sajid Javid, ambos "já não se diferenciem".
O Irã apoia financeiramente o Hezbollah, que lutou lado a lado com o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, também apoiado pelo Irã com assessores militares e milicianos xiitas desde o início do conflito no país.