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Jovem negro executado na Georgia (EUA) motiva campanha por justiça

Ahmaud Arbery foi morto a tiros por dois homens brancos que o perseguiram de carro enquanto o jovem treinava corrida em uma estrada, em fevereiro

Internacional|Cristina Charão, do R7

Ahmaud, 23, foi executado por 2 homens brancos enquanto praticava corrida
Ahmaud, 23, foi executado por 2 homens brancos enquanto praticava corrida

A execução de um jovem negro no estado da Georgia, sul dos Estados Unidos, motiva uma campanha por justiça e contra a violência racial em todo o país, que mobiliza tanto as redes sociais, como protestos nas ruas, apesar das restrições impostas pelas medidas de isolamento contra a pandemia de covid-19.

Ahmaud Arbery foi morto a tiros por dois homens brancos que o perseguiram enquanto o jovem de 23 anos e ex-atleta de futebol americano fazia uma corrida em uma estrada na localidade de Satilla Shores, no interior da Georgia, em 23 de fevereiro.

A execução de Arbery ganhou destaque nacional no domingo (3), quando um vídeo publicado por um emissora de rádio local nas redes sociais mostrou o jovem negro sendo interceptado por uma caminhonete branca e atacado por Gregory e Travis McMichael.

A divulgação do vídeo deixa poucas dúvidas sobre a ação dois homens e levanta questões sobre a persistência de execuções por motivos raciais nos EUA e, em especial, na Geórgia. Gregory e Travis McMichael não foram presos, apesar de confessarem ter decidido pegar suas armas (uma pistola e um rifle) para perseguir "o cara".


Protestos por justiça para Ahmaud

Organizações de direitos humanos e de defesa da população negra convocaram uma manifestação pelas redes sociais para esta sexta-feira (8), dia em que Ahmaud Arbery completaria 24 anos.

A ideia é que pessoas postem fotos de seus tênis de corrida ou façam pequenos vídeos correndo. A hashtag #IRunWithMaud ("Eu corro com Maud", em tradução livre) já ganhou as redes sociais nesta quinta-feira. 


Centenas marcharam na quarta (6) por Ahmaud
Centenas marcharam na quarta (6) por Ahmaud

Na quarta-feira (6), centenas de pessoas marcharam pela rodovia onde Arbery foi assassinado a tiros pelos McMichael. Familiares do jovem e outros apoiadores também devem se reunir para um novo protesto nas ruas de Brunswick, cidade vizinha ao condado de Glynn — residência do jovem — e que abarca a localidade de Sattila Shores — onde ele foi executado.

Com a pressão aumentando, o governador Brian Kemp anunciou na quarta, mais de um mês depois da execução, que o GBI (o Georgia Bureau of Investigation, equivalente ao FBI no estado) fará parte dos esforços para elucidar o caso. Segundo o GBI, a polícia do condado de Glynn não pediu ajuda na investigação.

Também na quarta-feira, o terceiro promotor a assumir o caso informou que a abertura de um inquérito contra os executores de Avery será decidida por um júri. A decisão pode demorar a acontecer, pois o Judiciário da Georgia está com atividades suspensas até meados de junho por conta da pandemia de covid-19.

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