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Kh-31: como é o míssil russo da Venezuela que pode colocar navios dos EUA em risco

Arma antinavio supersônica, de fabricação russa, é um dos principais trunfos do arsenal venezuelano em meio às tensões no Caribe

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Os mísseis russos Kh-31, que podem atingir navios a velocidades supersônicas, são parte do arsenal venezuelano, gerando preocupação nos EUA.
  • A Venezuela intensificou sua mobilização militar em resposta à presença de tropas americanas no Caribe, que operam contra o tráfico de drogas.
  • O governo de Nicolás Maduro declarou um estado de emergência externa, aumentando a prontidão das forças armadas venezuelanas.
  • A crise econômica do país impacta a operação dos caças Su-30MK2, que são a principal plataforma de lançamento dos mísseis Kh-31.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Um caça russo Su-30MK2, da Venezuela, com mísseis Kh-31 Reprodução/Instagram/aviacion_ve

Os mísseis russos Kh-31, capazes de atingir navios de guerra a velocidades supersônicas, têm deixado em alerta os milhares de militares dos Estados Unidos que estão mobilizados nas águas do Caribe desde agosto.

As armas estão entre os principais equipamentos do arsenal da Venezuela, que nos últimos meses ampliou sua mobilização militar e o treinamento de civis em meio à presença da tropa norte-americana – que também envolve navios de guerra e aeronaves – na região.


Os cerca de 10 mil militares dos EUA atualmente no Caribe participam, segundo os próprios norte-americanos, de uma operação contra o tráfico de drogas na região, que já deixou dezenas de mortos em ataques contra embarcações supostamente utilizadas por traficantes.

Mas a situação mudou desde que o presidente Nicolás Maduro disse que poderia impôr um estado de emergência externa. Agora, os militares dos EUA operam diante de um exército em alerta máximo, com mísseis antinavio e sistemas de defesa aérea de fabricação russa.


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Recentemente, a Aviação Militar Bolivariana divulgou imagens de caças russos Sukhoi Su-30MK2, equipados com mísseis antinavio Kh-31 “Krypton”, sobrevoando o litoral venezuelano - uma resposta à movimentação da frota norte-americana.

Os vídeos, publicados no Instagram da corporação em setembro, mostravam as aeronaves armadas com os mísseis, tanto no solo quanto em voo (assista abaixo).


Segundo relatório do CAST (Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias), a Venezuela comprou um número não divulgado de mísseis Kh-31 da Rússia entre 2007 e 2008. O IISS (Instituto Internacional de Estudos Estratégicos) confirma que o país possui as versões antinavio e antirradar do sistema.

O país opera 21 caças Su-30MK2, embora analistas apontem que nem todos estejam em funcionamento por causa da crise econômica que assola o país. Mesmo assim, essas aeronaves representam a principal plataforma de lançamento dos Kh-31.


Como funciona o Kh-31

O Kh-31, conhecido pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) como AS-17 Krypton, é um míssil ar-superfície de alta velocidade, desenvolvido pela União Soviética no fim da década de 1970.

De acordo com a revista TWZ, especializada em assuntos militares, o armamento possui duas versões principais: uma antirradiação, voltada para destruir radares inimigos, e outra antinavio, capaz de atingir embarcações de guerra.

O modelo antinavio Kh-31A entrou em produção em 1990 e é utilizado por países como China, Índia e Vietnã. O míssil tem alcance de até 50 quilômetros e pode ser lançado a Mach 1,8 (quase duas vezes a velocidade do som), atingindo até Mach 3,5 em altitude.

Com um sistema de propulsão foguete-ramjet, o míssil é acelerado por um motor de foguete e, em seguida, mantém velocidade supersônica com o motor a jato. A ogiva é projetada para penetrar o casco de navios e explodir internamente, tornando-o uma ameaça significativa para embarcações militares.

Além da versão padrão, há o Kh-31AD, de maior alcance (120 a 160 km), mas não há confirmação de que ele tenha sido fornecido à Venezuela, de acordo com o TWZ.

Força dos EUA no Caribe

Os EUA mobilizaram oito navios da Marinha, incluindo contratorpedeiros, o cruzador USS Lake Erie, o navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, um submarino nuclear, caças F-35 e bombardeiros B-52, que realizaram missões de demonstração de força na costa venezuelana.

Mesmo com poder de fogo superior, analistas do CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais) argumentam que essa força não tem estrutura logística para uma operação terrestre prolongada na Venezuela.

Na última semana, o governo Maduro ativou novas zonas de defesa e iniciou o treinamento de civis para combate. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, declarou que a Venezuela enfrenta uma “grave ameaça” e pediu à população que se una ao “esforço patriótico” de defesa.

Imagens de civis armados e realizando exercícios militares vêm sendo exibidas pela TV estatal. Para analistas, a mobilização serve também para reforçar o discurso político do governo chavista nesse momento de tensão com Washington.

“Esses sistemas nunca foram projetados para impedir uma intervenção dos EUA”, disse Andrei Serbin Pont, especialista em assuntos militares venezuelanos, ao The New York Times. “O discurso de defesa nacional serve mais para consolidar apoio político do que como preparação real para um confronto”.

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