Líder da Catalunha pede novo referendo após noite de protestos
Em defesa da independência catalã, Quim Torra desafiou governo da Espanha e disse que defenderá a volta às urnas pela autodeterminação da região
Internacional|Do R7
A Catalunhadeveria realizar outro referendo sobre a independência do restante da Espanha dentro de dois anos, disse o líder do governo da região nesta quinta-feira (17), em um novo desafio ao governo de Madri após dias de tumultos provocados por manifestantes pró-separatistas.
Quase 100 pessoas ficaram feridas em toda a região do nordeste do país na quarta-feira, o terceiro dia de violência desde que a Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes catalães a penas de prisão longas em reação à sua tentativa de independência fracassada de 2017.
Carros e latões de lixo foram incendiados na capital catalã, Barcelona, de madrugada, e a polícia disse ter prendido 12 pessoas na cidade durante alguns dos piores episódios de violência vistos na Espanha em anos, que provocaram ondas de choque na política nacional.
Sindicatos da Catalunha convocaram greve
O Ministério do Interior disse que enviará reforços, já que há novos protestos programados para a sexta-feira, dia para o qual sindicatos convocaram uma greve e manifestantes devem convergir em Barcelona, uma das principais cidades turísticas da Europa.
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Discursando ao Parlamento catalão, o líder regional pró-independência, Quim Torra, criticou os distúrbios, dizendo que a causa separatista é um movimento pacífico.
Mas ele também instou o movimento a levar adiante a iniciativa secessionista hoje suspensa, afirmando que "de jeito nenhum" algum tribunal o impedirá de adotar medidas para a independência.
"Se todos os partidos e grupos o tornarem possível, temos que ser capazes de finalizar este mandato legislativo validando a independência", disse Torra, acrescentando que as penas anunciadas na segunda-feira não impedirão os separatistas de realizar um novo referendo. "Voltaremos às urnas novamente pela autodeterminação".
Constituição para a Catalunha
Torra pediu que uma Constituição seja elaborada para a Catalunha na primavera de 2020, o que pode abrir caminho para uma votação antes de a legislatura se encerrar, em dezembro de 2021.
Os principais partidos da Espanha vêm se recusando continuamente a realizar um referendo de independência da Catalunha, mas os socialistas governistas dizem estar abertos a um diálogo sobre outras questões.
Na quarta-feira, o Tribunal Constitucional alertou as autoridades catalãs para as conseqüências legais se estas violarem a lei pleiteando a independência.