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Líder sênior do Talibã critica príncipe Harry por '25 mortes'

Duque de Sussex cumpriu duas missões no Afeganistão e revelou em livro que matou mais de 20 combatentes do grupo terrorista

Internacional|Maria Cunha*, do R7

Príncipe Harry matou 25 membros do Talibã durante suas missões pelo Afeganistão
Príncipe Harry matou 25 membros do Talibã durante suas missões pelo Afeganistão

O príncipe Harry voltou às páginas do noticiário internacional após o vazamentos de seu livro de memórias, Spare, que será lançado em breve. Em um dos trechos, o filho do rei Charles 3º afirma que matou um total de 25 membros do Talibã durante suas missões no Afeganistão.

Ele afirmou ainda que não via os talibãs como "pessoas", mas sim como "peças de xadrez" que haviam sido retiradas do tabuleiro. “Não foi algo que me encheu de satisfação, mas também não me envergonhei”, disse o príncipe.

Após a repercussão do caso, um alto líder do Talibã chamado Anas Haqqani publicou nas redes sociais uma resposta ao duque de Sussex em que dizia que os militantes que ele matou "não eram peças de xadrez, eram humanos".

"Sr. Harry! Aqueles que você matou não eram peças de xadrez, eram humanos; eles tinham famílias que esperavam por seu retorno", postou no Twitter.


Pouco antes de Haqqani publicar o comentário na rede social, um ex-oficial do Exército disse à Sky News que os comentários de Harry foram "mal avaliados" e poderiam incitar um ataque aos soldados britânicos.

O coronel Richard Kemp, que assumiu o comando das forças britânicas no Afeganistão em 2003, três anos antes de se aposentar, disse que a sugestão do príncipe de que os soldados britânicos sejam treinados para ver seus inimigos como "menos que humanos" foi particularmente perigosa.


"[Os comentários de Harry] foram provavelmente imprudentes por dois motivos. Um deles é sua sugestão de que ele matou 25 pessoas, o que teria reincitado aquelas pessoas que desejam mal a ele", afirmou Kemp.

"O outro problema que encontrei em seus comentários foi que ele afirmou que o treino do Exército britânico dado aos soldados tinha basicamente o objetivo de fazerem ver seu inimigo como menos que humano, como uma peça de xadrez em um tabuleiro. Eles podiam ser apagados, o que não é o caso", acrescentou. "É o oposto do caso."


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O coronel ainda disse que eram essas falas em particular que poderiam "incitar algumas pessoas a tentar um ataque a soldados britânicos em qualquer lugar do mundo" e que as pessoas que apoiam o Talibã podem agora estar "motivadas a matar Harry" por causa de memórias que foram "ressuscitadas" por seus comentários.

"Vamos torcer para que não tenham sucesso, e tenho certeza de que ele tem uma segurança muito boa, mas esse é um problema", concluiu Kemp. 

Lord Darroch, um ex-conselheiro de segurança nacional, disse que, se estivesse orientando o príncipe Harry, ele teria "desaconselhado o tipo de detalhe em que ele entra".

"Mas está lá fora agora", disse Darroch. "Em termos de detalhes, eu pessoalmente não teria ido lá, mas agora está feito."

O livro de Harry também inclui uma afirmação explosiva de que ele foi atacado fisicamente por seu irmão, William, durante uma briga a respeito de seu casamento com Meghan Markle. 

O duque também admite ter consumido cocaína e diz que pediu ao pai que não se casasse com Camilla.

* Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Marques

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