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Líder talibã pede proteção aos direitos das mulheres afegãs

Mulá Hibatullah Akhundzada diz que país deve abolir o casamento forçado, mas não cita direito ao estudo ou trabalho

Internacional|Do R7

Talibãs não permitiram que meninas adolescentes voltassem às salas de aula
Talibãs não permitiram que meninas adolescentes voltassem às salas de aula

O chefe supremo dos talibãs pediu nesta sexta-feira (3) em um decreto que o governo "tome medidas sérias para respeitar os direitos das mulheres" no Afeganistão, entre outras a abolição da instituição do casamento forçado, mas sem mencionar o direito de trabalhar ou estudar.

"Ninguém pode obrigar uma mulher a se casar", declarou o mulá Hibatullah Akhundzada ao ordenar aos tribunais, governadores e vários ministérios que lutem contra os casamentos forçados, muito comuns no Afeganistão.

Os talibãs tentam convencer a comunidade internacional a restabelecer a ajuda financeira ao país, imerso em grave crise humanitária mais de quatro meses depois que tomaram o poder.

Os direitos das mulheres afegãs, especialmente o acesso à educação e ao trabalho, estão entre as condições para que os doadores estrangeiros voltem a oferecer ajuda.


Até agora, os islâmicos só permitiram que algumas funcionárias voltem ao trabalho: as que atuam em educação e saúde. Também suspenderam as aulas para as adolescentes na maioria das escolas de ensino médio do país, apesar de alegarem que é uma medida temporária.

No decreto, Akhundzada fala mais sobre os casamentos e as viúvas. Pede que não se casem novamente à força e que tenham o direito a uma parte da herança de seu marido.


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Os talibãs foram acusados por seus inimigos de casarem mulheres à força com seus combatentes, acusações que não puderam ser verificadas. 

Os casamentos forçados de meninas menores de idade, em troca de dinheiro, levam meses aumentando devido à pobreza.


O mulá Akhundzada também pediu ao ministério de Assuntos Religiosos que anime os "eruditos" a pregar contra a opressão das mulheres.

Desde o retorno dos talibãs ao poder, a economia afegã, que depende em grande parte dos subsídios internacionais, afundou.

Washington congelou os ativos do banco central afegão, e tanto o Banco Mundial quanto o Fundo Monetário Internacional suspenderam a ajuda.

A ONU alertou para o fato de que 23 milhões de afegãos, de uma população de quase 40 milhões, estarão à beira da fome no inverno.

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